Em um ano de eleições gerais, com a escolha de seu sucessor, na qual se prevê polarização entre os candidatos do PT e do PSDB, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenta descolar a política econômica que adotou ao tomar posse, em 2003, da implementada pelo antecessor, Fernando Henrique Cardoso, que também ficou oito anos no governo.

CARREGANDO :)

Em entrevista ao Jornal do Comércio, de Porto Alegre, o presidente afirmou que apenas a preservação das diretrizes implementadas por Fernando Henrique seriam insuficientes para que seu governo alcançasse os atuais índices de desenvolvimento. Lula ressaltou que apenas com essas definições de política econômico-financeira, o Brasil não teria se saído tão bem no enfrentamento da crise financeira internacional.

Aliás, anteriormente, mesmo exercitando esse tripé [câmbio flutuante, metas de inflação e superávit primário], diante das crises, o Brasil quebrava e tinha que recorrer ao FMI [Fundo Monetário Internacional], acrescentou.

Publicidade

Lula disse que melhorias na política econômica herdada da gestão anterior foram fundamentais para o bom desempenho de seu governo. Ele citou, por exemplo, a manutenção da política de câmbio flutuante, aliada ao acúmulo de reservas, que permitiu a redução da vulnerabilidade externa e [deu] uma pronta resposta crise financeira.

Segundo o presidente, outro aperfeiçoamento da política do antecessor ocorreu com as metas de inflação, que foram críveis e adequadas, além de combinadas com metas de crescimento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Isso permitiu a redução dos juros e a expansão da economia, disse ele.

Sobre a política fiscal, o presidente lembrou que, desde 2003, a determinação do governo foi combinar a realização de superávits primários com transferências de renda para as famílias mais pobres, o que levou " constituição de um mercado de consumo de massas, incluindo também metas para os investimentos públicos.

Lula destacou que a política de transferência de renda aos mais pobres beneficia hoje dois terços da população, que nunca eram levados em conta na hora de se formular as políticas públicas. E voltou a comparar a atuação do seu governo com a dos anteriores: Governos anteriores estavam voltados apenas para um terço dos brasileiros, os da faixa superior de renda, e se lixavam para o restante.

De acordo com o presidente, a política de ampliação de renda das camadas mais pobres da populaçõ, além de representar justiça social e extensão de direitos básicos, aquece o mercado consumidor e incrementa a produção nacional, ao movimentar o comércio de bens e serviços.

Publicidade