O Brasil pode colaborar no processo de paz no Oriente Médio, afirmou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no programa semanal de rádio "Café com o Presidente" que foi ao ar nesta segunda-feira (22). Isso, disse, pelo atributo pacifista do País, onde árabes e israelenses coexistem em harmonia. Ele fez uma avaliação de suas viagens, realizadas na semana passada, por Israel, Palestina e Jordânia.

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Lula afirmou que não foi ao Oriente Médio debater exclusivamente a dificuldade de se encontrar a paz na região. Segundo o presidente, a viagem também teve como objetivo tratar da relação Brasil-Oriente Médio, Brasil-Israel, Brasil-Palestina e Brasil-Jordânia. "Nós temos um acordo estratégico entre Mercosul (Mercado Comum do Sul) e Israel; queremos fazer com a Palestina, queremos fazer com a Jordânia e queremos fazer com outros países do Oriente Médio o acordo do Mercosul, porque, para nós, interessa aumentar o comércio entre o Oriente Médio e o Brasil, Oriente Médio e o Mercosul.

Quanto ao processo de paz, Lula disse que ele interessa a todo o mundo porque permite que haja desenvolvimento econômico. "Interessa a Israel, interessa à Palestina, interessa à Jordânia interessa aos Estados Unidos, interessa ao Irã, interessa à Síria, interessa a todo mundo, porque somente a paz é que pode permitir que haja desenvolvimento econômico, distribuição de renda e justiça social.

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"Não é que o Brasil queira se meter na discussão. É que nós estamos compreendendo que as pessoas e os países que estão envolvidos na questão da crise do Oriente Médio estão percebendo que o Brasil pode ajudar, pela boa relação que o Brasil mantém com todos os países e com todas as facções políticas do Oriente Médio", disse

Segundo Lula, no entanto, é complicado determinar a função do Brasil no esforço para assegurar o progresso nas negociações de paz porque "essa coisa é muito delicada". Conforme o presidente, todos querem a ajuda do País para dialogar com interlocutores com os quais têm dificuldades. "A Palestina quer a interlocução do Brasil para conversar com outros interlocutores. A Jordânia pediu para que o Brasil interceda junto a alguns interlocutores que o Brasil pode contribuir", declarou.

ONU

Lula afirmou que defende a tese de que a Organização das Nações Unidas (ONU) é que poderia constituir o processo de paz do Oriente Médio, delimitando as fronteiras e os parâmetros para o acordo e decidindo tomar a responsabilidade de fazer cumprir o entendimento.

"É um problema de um conjunto de países que, representados pela ONU, poderia resolver, definitivamente, os conflitos do Oriente Médio. Na medida em que a ONU não cumpre esse papel, existe um vácuo, ou seja, todo mundo fala sobre a crise do Oriente Médio, mas ninguém resolve. O Brasil está tentando dar a sua contribuição, a partir do instante em que as pessoas confiam no Brasil.

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