Em discurso para 1.200 delegados ao 13º Encontro Nacional do PT, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva desafiou a oposição a derrotar seu governo nas urnas, conclamou o partido para disputar uma eleição em clima de guerra e exigiu da legenda uma política de alianças que lhe permita ter maioria no Congresso caso seja reeleito.
- Se tivermos o PT unido com os partidos de esquerda e a sensibilidade de detectar na sociedade quem são nossos aliados, que venham (os adversários), porque estaremos prontos para rechaçá-los - disse Lula ao final de um discurso de uma hora e 15 minutos na quadra de esportes do Sindicato dos Bancários de São Paulo.
- Eu quero saber do PT se nós temos mesmo um projeto nacional - cobrou o presidente.
Ele tem defendido em conversas com auxiliares mais próximos que o partido tente fazer uma coligação formal com o PMDB. Como era previsto, Lula não se declarou oficialmente como candidato à reeleição, mas o presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), deixou claro que essa decisão será confirmada na convenção do partido em junho.
- Tenha certeza de que o PT não vai esperar uma decisão, nós vamos preparar essa campanha desde já - disse Berzoini antes da fala de Lula.
O presidente fez no encontro do PT sua crítica mais elaborada ao comportamento da oposição desde o início da crise política, em maio do ano passado. Lula citou nominalmente, sob aplauso dos delegados, os ex-dirigentes José Dirceu e José Genoino, envolvidos no escândalo do mensalão.
Lula conseguiu aplausos também para o ex-ministro Antonio Palocci, demitido devido ao episódio da violação do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa.
- Aqui nesta sala falta um companheiro, falta a paciência do companheiro Palocci - disse Lula, lembrando as críticas que o ex-ministro da Fazenda recebeu de parte do PT no início do governo.
Lula acusou o PSDB e o PFL de fazerem uma oposição mais violenta do que o próprio PT havia feito a governos anteriores.
- Nossos algozes torciam, tinham a convicção de que o Brasil estaria quebrado ao final do primeiro ano do nosso governo - disse o presidente.
Lula afirmou que as CPIs dos Correios e dos Bingos foram criadas pela oposição para prejudicar o governo e o PT.
Encontraram uma forma de fazer o julgamento do nosso partido por outros motivos, porque eles sabem que na disputa democrática eles não nos derrotarão.
O presidente ironizou a proposta de choque de gestão, que vem sendo pregada pelo candidato tucano, Geraldo Alckmin, qualificando-a de modismo.
- Eu não preciso de choque para ser responsável. Eu sou responsável de nascença - afirmou Lula, ressaltando que seu governo pratica a responsabilidade fiscal. - O que este país está precisando é de um choque de inclusão social, um choque de políticas públicas para ajudar a população pobre.
Lula disse aos delegados petistas que se preparem para uma campanha muito dura "porque no Brasil não é nossa tradição receber elogios de adversários".
- Neste momento não existe espaço para dúvida, para vacilação. Temos de saber quem são os inimigos, os adversários e os nossos aliados - disse o presidente.
Ao longo de seu discurso, Lula citou os dados que considera mais importantes de seu governo em relação aos anteriores e disse que está "louco para fazer comparações".
O Encontro Nacional do PT prossegue no fim de semana e deve definir neste sábado a política de alianças a ser seguida nas campanhas presidencial e estaduais.
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