Lula critica ameaças de greve do funcionalismo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou nesta quinta-feira, em Recife, a ameaça de greve de algumas categorias do funcionalismo público. Segundo Lula, alguns servidores já receberam 60% de reajuste salarial, para uma inflação de 28% no memso período.

- Nós demos em média, para algumas categorias que querem fazer greve, 60% (de reajuste salarial) em uma inflação de 28%. Não podemos perder a compreensão do limite de quem tem que dar - afirmou Lula, que anunciou investimentos nas áreas de saneamento básico e urbanização em Pernambuco.

Funcionários do Ibama, do Incra e do Ministério da Cultura estão em greve, e os funcionários da Infraero ameaçaram parar os trabalhos às vésperas dos Jogos Pan-Americanos, mas desistiram após acordo com o governo.

Ao anunciar os investimentos para obras de saneamento básico e urbanização em Pernambuco, o presidente também criticou governantes anteriores que não investiram nos dois setores.

- Nem sempre no Brasil a classe política levou muito a sério a questão do saneamento básico nas periferias. A impressão que a gente tem é que não são muitos administradores públicos que têm a dimensão da importância de colocar uma manilha debaixo da terra, sabendo que não vai poder colocar o nome de um parente para homenagear e para tirar fotografia durante a campanha - afirmou, acrescentando que esse tipo de obra não dá publicidade para os políticos.

Lula não perdeu oportunidade de alfinetar a oposição, ao afirmar que esta o impede de fazer projetos.

- Eu sei o que é vingança da elite brasileira. Eu sei o que é o ódio de classe demonstrado desnecessariamente. Aos 60 anos, sou um homem sem ódio. Ninguém vai me deixar nervoso, nem meus companheiros reivindicando, nem meus adversários me xingando me deixam nervoso.

Ao anunciar os recursos - R$ 1,4 bilhão - que fazem parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), Lula criticou a burocracia do país, que impede que o seu governo execute com rapidez as obras necessárias para o seu desenvolvimento.

- O Brasil tem muita burocracia. Vocês não sabem o quanto é difícil. É mais difícil do que a galinha botar um ovo. Lá ela sofre e bota o ovo. Aqui a gente sofre e o ovo não sai - disse o presidente.