Embora tenha considerado as ações contra corrupção no governo federal "extremamente importantes para o exercício da democracia", o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu que as investigações também deixem claro quem são os inocentes e se mostrou cauteloso em relação às devassas em instituições públicas.

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"É extremamente importante. A única coisa que eu me queixava quando era presidente e me queixo hoje é que, se você tem dez acusados, oito culpados e dois inocentes, diga que tem dois inocentes e condene os oito culpados. Muitas vezes a devassa é feita antes de provar se as pessoas realmente cometeram todos os delitos", afirmou Lula depois de fazer uma palestra sobre cidadania e política, no Rio de Janeiro.

O ex-presidente disse que o Tribunal de Contas da União (TCU) e a Controladoria Geral da União (CGU) "agem com seriedade". "As pessoas têm que botar na cabeça que a única chance de não serem investigadas no Brasil e no mundo é se não cometerem nenhum delito", concluiu Lula.

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Na palestra, o presidente comentou a crise internacional e criticou os países ricos por não estimularem o consumo nem valorizarem as ações voltadas para a população mais pobre.

O presidente voltou a recomendar que as pessoas consumam com responsabilidade. "Não use o cartão de crédito de forma desvairada porque vai quebrar a cara", recomendou. Lula ironizou os países ricos e disse que deveriam aprender com o presidente da Bolívia, Evo Morales. "Os países antes sabiam tudo, agora que a dificuldade é deles, não sabem nada. Poderiam chamar o Evo Morales para dizer como fez na Bolívia. O índio é esperto", disse o ex-presidente, que falou na abertura do ciclo de palestras em comemoração aos 30 anos do Instituto Brasileiro de Análises Econômicas e Sociais (Ibase), fundado pelo sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, que morreu há 14 anos.

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