O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta terça-feira (17) que os bancos centrais e os ministérios da Fazenda dos países da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) façam todo o comércio entre eles com moedas próprias.
"Por que a balança comercial não é feita nas nossas moedas?", questionou o presidente. "Precisamos criar regras para não dependermos do dólar que está cada dia mais escasso e mais problemático", afirmou Lula, em discurso no almoço oferecido ao presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, no Palácio do Itamaraty.
"Se nós conseguirmos que na Unasul a troca comercial seja feita em moedas próprias, estaremos livrando os empresários de ter que procurar dólares para financiar as suas exportações", acrescentou
O presidente reafirmou que é hora de aproveitar a crise financeira internacional para construir o que não foi feito antes. "Ela (crise) é uma grande oportunidade para termos ousadia e coragem. Quanto mais ouço falar de crise mais decido fazer investimentos no País", disse. A título de exemplo citou investimentos para a construção de 1 milhão de casas populares - os detalhes do plano ainda não têm data oficial de anúncio.
Para o presidente, o momento é de pensar politicamente e não economicamente; ele voltou a criticar o protecionismo praticado pelos países ricos. "Devemos combater práticas protecionistas dos países desenvolvidos. O protecionismo só aprofunda a crise. Precisamos atuar de forma coordenada nos fóruns de negociação internacionais", afirmou. Ele defendeu que na reunião do G-20 (grupo de 20 grandes economias do mundo, inclusive o Brasil), no dia 2 de abril, sejam tomadas decisões corretas para que o mundo volte a crescer e que se estabeleçam regras para que o sistema financeiro não seja mais uma "jogatina irresponsável"
"No Brasil, não cresceremos o tanto que crescemos em 2008. Vai ter desaceleração. Mas não é uma recessão econômica", afirmou. "Estamos mantendo os investimentos públicos, pedindo aos ministros de infraestrutura que conversem para que todas as obras sejam feitas em dois ou três turnos para suprir a demanda de emprego e demos mais R$ 100 bilhões para o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para financiar empresas no Brasil", exemplificou. Lula disse também que soube que empresários brasileiros que tinham investimentos na Colômbia estavam suspendendo os negócios, e se prontificou a procurar essas empresas para saber os motivos e ajudar para que os projetos sejam retomados.
"O PIB dos países europeus caiu, sei que eles não vão retomar rapidamente, mas é preciso que essa desaceleração pare. Rezo para o Obama (presidente dos Estados Unidos, Barack Obama) todos os dias o que não rezei para mim. Se os Estados Unidos se recuperarem logo, logo, será melhor para todo mundo. Senão, será pior para todo o mundo", afirmou.
Boicote do agro ameaça abastecimento do Carrefour; bares e restaurantes aderem ao protesto
Cidade dos ricos visitada por Elon Musk no Brasil aposta em locações residenciais
Doações dos EUA para o Fundo Amazônia frustram expectativas e afetam política ambiental de Lula
Painéis solares no telhado: distribuidoras recusam conexão de 25% dos novos sistemas
Deixe sua opinião