Brasília (Folhapress) Um novo pronunciamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a crise deverá ocorrer apenas se surgirem fatos novos que agravem a situação política do governo e atinjam o Planalto. Uma nova manifestação, mais detalhada, era aguardada até por setores do PT. A decisão foi tomada ontem depois de quatro horas de reunião do grupo de coordenação do governo, que reuniu Lula, o vice-presidente José Alencar e seis ministros. Outro tema do encontro foi a votação do salário mínimo na Câmara, nesta semana.
Na avaliação do grupo, a mensagem de Lula na sexta-feira, na abertura da reunião ministerial na qual, além de se dirigir aos ministros, o presidente se falou, em mais de um momento, "ao povo brasileiro" foi "suficiente".
O governo acredita que a mensagem do presidente foi densa, pois Lula falou que desconhecia o que classificou como "práticas inaceitáveis" de seu partido e pediu desculpas apesar de não ter falado em primeira pessoa, mas sim que o PT e o governo "tem que pedir desculpas".
Antes de abrir a reunião, na sexta-feira, Lula e um grupo pequeno de ministros discutiram se deveria haver um pedido de desculpas. O debate atrasou o início da reunião em mais de três horas.
A expectativa de lideranças do PT era de uma manifestação do presidente em rede nacional. O presidente interino do partido, Tarso Genro, comentou que a fala foi "insuficiente". Sua expectativa de que Lula fizesse um "pronunciamento de estadista", apontando responsabilidades de pessoas com quem tinha relações próximas.
Já a senadora Ideli Salvatti (PT-SC), chegou a falar que o presidente faria nova manifestação pública nos dias subseqüentes. Para a oposição, Lula precisaria ter citado nomes.
Segundo assessores do presidente, as cobranças atingem apenas a "forma" do pronunciamento feito ao vivo, com pouca gesticulação e parcialmente improvisado.
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