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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reuniu-se na tarde desta segunda-feira (24), no escritório da Presidência da República, na capital paulista, com os presidentes nacionais do PT, Ricardo Berzoini, e do PMDB, Michel Temer, para discutir as eleições de 2010.

A reunião aconteceu em meio à crise provocada pelo arquivamento das 11 ações contra o presidente do Senado Federal, José Sarney (PMDB-AP), no Conselho de Ética, que atingiu não apenas a própria Casa, mas também o Partido dos Trabalhadores (PT).

Após o encontro, Temer disse que a reunião aconteceu a convite do presidente Lula e tratou sobre questões da Casa e perspectivas político-eleitorais para 2010. "Fizemos uma análise, estado por estado, e chegamos à constatação de que era preciso que nós nos reuníssemos mais vezes", disse Temer. "Temos ainda de convidar outras pessoas para participar desses encontros e vamos iniciar um diálogo com vistas em 2010", completou.

Aliança em 2010

Michel Temer negou que o mote da discussão tenha sido a proposta de encontrar uma resolução pacífica para a crise no Senado.

"O pacto não é para acabar com a crise. O objetivo é continuar um diálogo que vem sendo travado há bastante tempo com vistas a buscar a aliança entre PT e PMDB para 2010. Há muita gente interessada nesta aliança, tanto no PT como no PMDB. O que vamos fazer agora é intensificar esses encontros e essas conversas. Tudo vai depender do diálogo", frisou Temer.

Berzoini destacou que o objetivo é unir os partidos que compõem a base aliada na maioria dos estados em que se mantém a aliança entre PT, PMDB, PSB, PDT, PSB, PCdoB, PP, PR, PTB, PSC e PTC.

"Todos vocês sabem que em alguns estados temos uma relação muito próxima, em outros de aproximação e em outros há dificuldade", admitiu o presidente nacional do PT, referindo-se aos estados do Rio Grande do Sul, São Paulo, Bahia, Pará e Mato Grosso do Sul, onde a relação entre PT e PMDB é de conflito. Ou, ainda, no caso do Rio Grande do Sul, onde os "projetos (são) distintos, quase uma impossibilidade".

No caso de São Paulo, Berzoini afirmou que, embora haja uma relação muito próxima entre o PMDB, PSDB e DEM na capital paulista, no interior do estado há prefeitos e vereadores do PMDB mais ligados ao governo do presidente Lula.

"Ainda é algo em processamento. Se não for possível lá na frente uma aliança formal no estado, nós teremos, primeiro, que conquistar o apoio da maioria do PMDB para Dilma (Rousseff)", disse Berzoini, referindo-se à virtual candidata petista à sucessão em 2010. "Em segundo lugar, queremos ter uma relação de construção política para a discussão da Câmara Federal e do Senado."

Participaram também do encontro o líder do PT na Câmara, Cândido Vaccarezza (SP), e o líder do PMDB na Câmara, Henrique Alves (RN).

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