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No Encontro Nacional dos Novos Prefeitos e Prefeitas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva adotou um discurso político eleitoral voltado ao Plano de Aceleração do Crescimento (PAC). Lula disse que, este ano, é preciso antecipar o máximo possível as obras para enfrentar a crise. O presidente garantiu que não haverá cortes.

"Cortaremos o batom da dona Dilma (referindo-se à ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff), cortaremos o meu corte de unha, mas não cortaremos nenhuma obra do PAC neste país - disse Lula, que voltou a criticar a imprensa."

Dilma estava presente e não discursou.

O presidente criticou a imprensa por chamar o encontro com os novos prefeitos, que acontece até quarta-feira, de um "pacote de bondades para alavancar" a possível candidatura da ministra Dilma à presidência da República em 2010.

Lula se defendeu de críticas e justificou as medidas que anunciou nesta terça-feira diante de milhares de prefeitos afirmando que as ações têm o objetivo de mudar o relacionamento entre prefeituras e governo federal, além de incentivar o atuação dos municípios no período de crise.

"O que nós queremos nesta reunião não é criar facilidade. É criar compromissos", disse o presidente a cerca de 3.200 representantes do Executivo municipal.

Visivelmente irritado, Lula disse que as críticas abusam da inteligência dele e são uma aberração feita por "pessoas pequenas".

"Eu posso perder a postura, mas não perco a minha vergonha e o meu caráter", afirmou.

Lula criticou governos anteriores ao dizer que prefeitos eram maltratados e nem eram recebidos pelo presidente da República. Agora, segundo ele, o governo se antecipa à marcha dos prefeitos para atender às demandas dos municípios. No encontro, o governo colocou à disposição dos prefeitos os ministros e representantes dos bancos públicos para que possam conhecê-los melhor e ter mais acesso aos programas governamentais, reduzindo a burocracia.

Lula também afirmou que não foi eleito porque a imprensa brasileira ajudou:

"Nunca tive bondade, nunca tive um favor, nunca fui eleito porque a imprensa brasileira ajudou. Eu fui eleito porque o povo quis. Eu poderia não estar falando isso aqui porque um presidente não pode perder a postura. Posso perder a postura, mas não perco minha vergonha, nem meu caráter."

No encontro, depois de muita confusão e desorganização na entrada, o serviço interno agradou aos participantes. O governo montou um verdadeiro feirão dos seus produtos, com salas de atendimento de vários ministérios, Caixa Econômica e Banco do Brasil. Mas quanto à renegociação da dívida dos municípios com o INSS, os prefeitos vão ter que esperar porque a Receita Federal não participou do evento.

Lula assina medidas de interesse dos prefeitos

Lula assinou, durante o encontro com os prefeitos, cinco atos voltados para a administração municipal. Uma das medidas foi a edição de uma medida provisória que permite às prefeituras refinanciar em até 20 anos dívidas com a Previdência . Outra medida foi a liberação de uma linha de crédito no valor de R$ 980 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES) para compra de equipamentos, como tratores.

Outra medida assinada pelo presidente da República, refere-se à regularização fundiária de áreas urbanas da Amazônia Legal.

Lula também assinou um decreto que transfere os bens da extinta Rede Ferroviária Federal para a Secretaria de Patrimônio da União e agiliza os processos de regularização da ocupação pelos municípios.

Outra medida muito aplaudida pelos prefeitos foi a ampliação do programa Caminho da Escola. Ela permitirá aos municípios utilizarem uma linha de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a melhoria do transporte escolar.

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