O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira (19) ser "justo" que a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, possível candidata do PT à Presidência da República em 2010, participe de inaugurações de obras. Lula afirmou que não espera "outra coisa" da oposição.
"Quando a Dilma era ministra de Minas e Energia, às vezes, 3h da manhã ela estava trabalhando para fazer a nova regulação do setor elétrico. Ora, agora que ela coordenou todas essas obras, é justo que ela viaje comigo para inaugurar as obras. É justo. A partir do momento em que ela se afastar para ser candidata, não vai poder mais nem chegar perto de uma obra, que a Justiça Eleitoral vai impugná-la."
Representação
Em outubro, DEM, PSDB e PPS entraram com uma representação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra Lula e Dilma pela acusação de propaganda eleitoral antecipada. O motivo foi uma viagem de três dias a obras de revitalização do Rio São Francisco.
Ao lado da ministra e do deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE), possíveis candidatos à Presidência da República em 2010, Lula começou seu discurso no primeiro dia de visita a obras no São Francisco falando em "comício". O fato foi citado na representação dos partidos
Governadores da oposição
Em entrevista à Rádio Clube de Natal, Lula fez referência indireta aos governadores tucanos Aécio Neves (MG) e José Serra (SP), que disputam a indicação do PSDB para concorrer à Presidência da República. Sem citar nomes, o presidente disse que alguns têm menos "direito" de viajar que Dilma. "Os governadores, que são candidatos a presidente deles, estão viajando pelo Brasil e fazendo campanhas nos estados. Eles deveriam ficar no seu estado. Eles têm menos direito de viajar do que uma ministra que tem que pelo menos fiscalizar as obras que ela coordenou o tempo inteiro", afirmou.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura