O presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou nesta quarta-feira como deplorável o escândalo de corrupção envolvendo o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM).
"Eu acho que é deplorável para a classe política, porque nós já mandamos duas propostas de reforma política para o Congresso e as pessoas não votam", disse Lula em Kiev, na Ucrânia, após encontro com o presidente do país, Viktor Yushchenko.
No dia anterior, Lula havia afirmado que as imagens mostrando Arruda, assessores e deputados distritais embolsando dinheiro e veiculadas na TV "não falam por si" e que o caso ainda precisava ser investigado.
"Vi algumas imagens. Acho que é grave, mas tudo isso agora vai ter um processo", disse o presidente nesta quarta-feira.
Ele explicou que, ao afirmar que "as imagens não falam por si", buscou evitar a condenação precipitada dos acusados.
"Vamos ser francos numa coisa. Eu, na verdade, nem fui condescendente e nem incriminei. Eu apenas disse que tem um fato que está em apuração, é importante que termine a apuração", disse.
Segundo a PF, o governador José Roberto Arruda (DEM) teria recebido dinheiro não declarado de empresas privadas para sua campanha, em 2006, o que também está sendo investigado pelo Ministério Público.
O presidente Lula voltou a defender a reforma política como forma de coibir práticas deste tipo por parte de políticos e disse que o governo mandou duas propostas sobre o tema ao Congresso. Afirmou também que a demora pode ser atribuída ao fato de a reforma afetar os próprios parlamentares.
O presidente fez as declarações antes de embarcar para a Alemanha. Antes de chegar à Ucrânia, ele foi a Portugal, onde participou da Cúpula Ibero-Americana.
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