O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse na noite desta segunda-feira que a responsabilidade do cargo e os cabelos brancos o levam cada vez mais para o centro, tendência ideológica que ele acredita que toda a sociedade brasileira deve seguir.
"Eu agora sou amigo do Delfin Netto. Passei 20 e tantos anos criticando o Delfin Netto (ex-ministro da Fazenda da ditadura militar), e agora ele é meu amigo, e eu sou amigo dele. Por que eu estou dizendo isso? Porque eu acho que é a evolução da espécie humana. Quem é mais de direita, vai ficando mais de centro. Quem é mais de esquerda vai ficando social-democrata, menos à esquerda. E as coisas vão confluindo de acordo com a quantidade de cabelos brancos, de acordo com a responsabilidade que você tem. Não tem outro jeito", disse Lula ao receber o prêmio Brasileiro do Ano da revista Isto É.
"Se você conhecer uma pessoa muito idosa e esquerdista, é porque ele está com problema. Se acontecer de conhecer uma pessoa muito nova de direita, também está com problema. Então, quando a gente tem 60 anos é a idade do ponto de equilíbrio. Porque a gente não é nem um nem outro. A gente se transforma no caminho do meio. Aquele caminho que precisa ser seguido pela sociedade", completou o presidente, em discurso a cerca de 400 pessoas, entre empresários, políticos e artistas, em um hotel em São Paulo.
O comentário de Lula foi feito quando ele defendia o crescimento do país em 5 por cento ao ano. Ele afirmou que nos últimos 26 anos o país não investiu como deveria em infra-estrutura, emprego e distribuição de renda.
Ele disse ainda que a tarefa de fazer o país avançar "não é responsabilidade de um governo, de um homem ou de um partido". "É preciso que assumamos coletivamente o que aconteceu nos últimos 26 anos e que assumamos o que acontecerá nos próximos 26 anos", afirmou.
Há 26 anos, o então sindicalista Lula ajudava a fundar o PT, partido que em sua criação era considerado de esquerda.
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