Em entrevista em Vitória na manhã desta sexta-feira (6), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que, no ano que vem, lançará um novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para mais quatro anos.

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"O PAC não termina no meu governo. O PAC é um processo. No ano que vem, vamos apresentar o PAC para mais quatro anos. Para que, quem quer que seja que venha para a Presidência, tenha uma prateleira de projetos feitos por prefeitos, governadores, para que a gente comece a trabalhar rapidamente", disse.

Ele disse também que irá criar uma comissão em seu gabinete para analisar o transporte coletivo nas grandes cidades. Lula criticou a qualidade do serviço oferecido e o preço cobrado. O presidente respondeu às perguntas dos repórteres após participar da cerimônia de lançamento do programa Território de Paz.

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Questionado se a eleição do senador Fernando Collor (PTB-AL) para o comando da Comissão de Infra-estrutura do Senado poderia ameaçar o PAC, o presidente respondeu que "ninguém ameaça o PAC".

"Eu acho que o Collor, como senador, tem o direito de disputar comissões, de participar como todos os outros senadores. Eu não acho que haverá nenhum problema na comissão", disse. Collor derrotou a petista Ideli Salvatti (SC) na eleição para a presidência da comissão.

Lula também falou sobre o plano habitacional que o governo apresentará nos próximos dias para a construção de 1 milhão de casas até 2010 para a população de baixa renda. Segundo ele, as casas serão destinadas à população na faixa de renda de até dez salários mínimos.

"Quem ganha menos terá mais subsídio, a prestação será menor. A pessoa terá 36 anos de mobilidade, ou seja, se ficar desempregada um ano, aqueles doze meses vão para o final da prestação", disse.

O presidente falou sobre o encontro que terá com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, no próximo dia 14, e disse esperar que os Estados Unidos tenham um "olhar produtivo" sobre a América do Sul. "Nós queremos que os Estados Unidos sejam parceiros para ajudar a construir uma América latina mais forte", disse.

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Gás

À tarde, o presidente participou da inauguração de uma unidade de tratamento de gás no município de Linhares (ES). No discurso, o presidente destacou os investimentos que têm sido feitos para descobrir e transportar gás e disse que o país caminha para ter produção suficiente e não precisar importar de outros países.

"Do jeito que está, daqui a pouco vamos chegar para o companheiro Evo Morales (presidente da Bolívia) e dizer: 'Evo, agora queremos deixar você livre para vender o gás pra quem quiser. O Brasil tem autossuficiência, o Brasil não precisa.' É lógico que o Brasil vai ajudar a Bolívia porque não interessa ao Brasil crescer cercado por pobres. É importante que o Bolívia cresça, que o Uruguai cresça, que o Paraguai cresça, para que a gente se desenvolva junto."

O presidente afirmou também que não irá diminuir investimentos na Petrobras por conta da crise econômica mundial. "Vamos gastar cada centavo que a gente puder gastar. Diferentemente de outras crises em que era preciso economizar, nessa, vamos precisar investir para que a gente possa dinamizar a economia brasileira."

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