Em um pronunciamento na sede do Diretório Nacional do PT, em São Paulo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, alvo da 24ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Aletheia, deflagrada nesta sexta-feira (4), classificou de “show midiático” a ação feita pela manhã que o levou em condução coercitiva à delegacia. Lula garantiu: “não devo e não temo”. Em seguida, falando a jornalistas, ele disse que se sentiu “prisioneiro hoje de manhã”.
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“Eu gosto de Curitiba”
Lula reforçou em sua fala que o juiz Sérgio Moro, que conduz a Lava Jato, poderia tê-lo intimado. “Poderia ter mandado um comunicado. Ô seu Luiz Inácio, quer prestar depoimento em Curitiba? Eu gosto de Curitiba, eu poderia ir lá em Curitiba”, disse.
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“Eu me senti prisioneiro hoje. Eu, sinceramente, já passei por muita coisa na minha vida, não sou homem de guardar ressentimento, guardar mágoa, mas não pode continuar assim”, desabafou.
“Se o juiz Moro ou o Ministério Público quisessem me ouvir, era só ter mandado um ofício que eu iria, como sempre fui. Por que eu não devo e não temo”, disse o ex-presidente durante o pronunciamento.” Nada disso diminuiu a minha honra. Eles acenderam em mim a chama e a luta continua”, completou.
“A minha indignação é pelo fato de 6 horas da manhã terem chegado na minha casa, vários delegados, aliás, muito gentis, não sei se são sempre assim, mas muito gentis, pedindo desculpas, que estavam cumprindo uma decisão judicial e a decisão era do juiz Moro”, prosseguiu Lula.
O ex-presidente contou que no depoimento desta manhã foram repetidas as mesmas perguntas que ele já havia respondido em outros três depoimentos anteriores. Para ele, o juiz Sérgio Moro não precisava ter mandado uma “coerção da Polícia Federal a minha casa”.
“Não precisava. Era só ter convidado. Antes dele eu já era um democrata”, disparou o petista. “Já prestei vários depoimentos. Dia 5 de janeiro eu estava de férias e eu suspendi as férias para ir à Brasília prestar um depoimento para a Polícia Federal”, comentou. “Se quiserem matar a jararaca, não bateram na cabeça, bateram no rabo. A jararaca tá viva, como sempre esteve”, disse. “Eu acho que eu merecia um pouco mais de respeito neste país”, completou.
Para a Procuradoria, “há evidências de que o ex-presidente Lula recebeu valores oriundos do esquema Petrobras por meio da destinação e reforma de um apartamento tríplex e de um sítio em Atibaia, da entrega de móveis de luxo nos dois imóveis e da armazenagem de bens por transportadora. Também são apurados pagamentos ao ex-presidente, feitos por empresas investigadas na Lava Jato, a título de supostas doações e palestras.
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Leia a matéria completaCríticas à imprensa
No discurso, o ex-presidente criticou a imprensa pelo que considera um “espetáculo midiático” e disse que “hoje quem condena as pessoas são as manchetes”.
Ele citou que há algum tempo, a Justiça investigava e então denunciava um crime. Em sua opinião, hoje os fatos se inverteram e a “primeira coisa que fazem é determinar você é criminoso, colocando a cara na imprensa”.
O ex-presidente também saiu em defesa da presidente Dilma Rousseff. “Estão cerceando a liberdade de Dilma a governar o país”, afirmou.
Confira a íntegra do pronunciamento do ex-presidente (começa a partir de 14:32)
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