Em entrevista nesta quinta-feira (13) em Porto Alegre, na qual falou sobre economia e seleção brasileira, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que não se anima em um dia retornar à Presidência da República. O petista disse que está otimista com os rumos da economia do país. Em seguida, indagado se esse otimismo o anima a voltar à Presidência, Lula disse: "Não".
Lula defendeu a expansão no número de ministérios ocorrida em seu governo e na gestão Dilma Rousseff e disse que pastas com muitas atribuições acabam não cuidando bem de nada. Neste ano, o governo federal criou um 39º ministério: a Secretaria da Micro e Pequena Empresa. No primeiro mandato de Lula (2003-2006), foram criadas pastas como a das Cidades e Igualdade Racial.
"Por que posso ter um Ministério da Indústria e não ter um Ministério da Mulher? Por que posso ter um Ministério do Exército e não posso ter um Ministério do Negro? Por que não posso fazer com quem a sociedade seja representada em sua condição de gênero, de cor, de raça, dentro do governo?"
Lula disse que o Ministério das Cidades atende prefeitos na capital federal e que a pasta da Pesca não poderia continuar subordinada à da Agricultura. "Ou o cara vai a Brasília discutir tomate ou vai discutir peixe. Um dá na água e outro dá na terra", disse, em palestra.
Lula falou no encerramento de um fórum internacional de prefeitos de cidades de periferia em Canoas (RS).
Mea-culpa
Em discurso sobre problemas de grandes cidades, Lula disse que havia no encontro gente com "culpa" pela existência de moradias em zonas de risco, como encostas nas periferias. "Era bonito naquele tempo [anos 70 e 80] a gente defender os coitadinhos dos pobres que vêm do interior e ficavam [morando] na beira de um córrego. A gente fazia movimento e não deixava tirar."
Para o ex-presidente, foi um "erro" não discutir a ida para lugares mais adequados.
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