O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta segunda-feira, ao final da missa pelo Dia do Trabalho, em São Bernardo do Campo, que o julgamento de seu governo tem que ser feito pelo comportamento do povo. Em clima de campanha eleitoral, Lula chegou a afirmar que o PT tem maturidade suficiente para saber da importância da reeleição. Alguns mais entusiasmados ensaiaram um coro "um, dois, três, Lula outra vez".
- São vocês que vão julgar quem é quem na política brasileira - afirmou.
Segundo o presidente, o seu julgamento e o julgamento dos políticos em geral não podem ser feitos pelo baixo nível da disputa pela imprensa.
- Vocês acompanham o dia-a-dia da política brasileira. Vocês sabem que quando eu cheguei à Presidência da República tomei uma decisão de nunca ficar nervoso, de nunca perder a calma, porque o presidente da República é que nem o avô, não é nem pai. O pai tem o direito de ficar nervoso com o filho, mas o avô não, o avô tem que estar sempre mais tranqüilo, dando conselho para o pai ou para a mãe - afirmou, referindo-se aos xingamentos e troca de insultos entre candidatos, aos quais ele prefere não responder.
Convidado a falar pelo celebrante, padre Roberto Marangon, Lula recordou que desde 1979 participa da missa de Primeiro de Maio da matriz de São Bernardo do Campo.
- Era um tempo de ditaduras militares em quase toda a América do Sul e, hoje, temos a democracia e o povo avançando em seus direitos em todo o continente - lembrou.
PMDB
Lula afirmou ainda desejar ter o PMDB no palanque, mas garantiu que nada fará para impedir que o partido tenha candidato próprio a presidente.
- Não farei qualquer gesto para que o PMDB não tenha candidato. O importante é saber o que está em jogo com a eleição e o PMDB sabe de sua importância nesse processo - disse.
Ato falho
O presidente cometeu um ato falho ao comentar a decisão do 13º Encontro Nacional do PT que decidiu a adoção de uma aliança ampla pela sua reeleição.
- O PT tem maturidade suficiente para saber da importância da reeleição - comentou Lula, quando um repórter de TV interrompeu-o para comentar sobre o ato falho, ao citar a reeleição.
- Não, não, saber da importância do processo da reeleição - esclareceu Lula, o que não mudou grande coisa.
Para o presidente, o PT não está sendo pressionado para que ele assuma logo ser candidato ao segundo mandato.
- O PT sabe que não estou pressionando. Eu tenho até o próximo dia 30 de junho para decidir isso - reafirmou Lula.
O prazo final para os partidos fazerem as convenções e escolherem os candidatos que disputarão as eleições de outubro é 30 de junho.
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