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Atualizado em 10/11/2006 às 21h15

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que a política econômica não precisa mudar em sua essência, mas sim aperfeiçoada. Numa entrevista concedida depois de participar de uma cerimônia sobre meio ambiente, Lula criticou os que defendem o corte de gastos públicos como alternativa para acelerar o crescimento. Para o presidente, quase não há espaço para cortar despesas públicas:

- O corte de gastos é um discurso já meio batido, é muito meio batido, porque todo mundo fala, mas acontece que tem pouco de onde cortar. O que temos que saber é que, ao invés de a gente ficar falando apenas em cortar, temos que falar em como fazer esse país produzir - disse Lula, acrescentando:

- Não precisa mudar a política econômica na sua essência. O que ela tem é que ser aperfeiçoada e aprimorada. Não abriremos mão da responsabilidade econômica e da responsabilidade fiscal. Até porque, se agirmos de forma irresponsável, aquilo que a gente pensa que vai ser um sucesso, vai ser um fracasso. Então, vamos crescer com responsabilidade. Vamos continuar controlando a inflação, manter a responsabilidade fiscal porque o Brasil precisa arcar com seus compromissos. É essa seriedade que vai nos dar condições de ter um ciclo de crescimento. Aqueles que não acreditam, esperem para ver - afirmou o presidente, que na véspera já dera sinais de que pouca coisa vai mudar na equipe econômica.

Lula não quis responder se a ministra ficaria ou não no cargo. Ele voltou a afirmar que sua preocupação atual é a discussão de medidas para promover o crescimento do país e que deverá falar apenas em dezembro sobre os nomes de sua nova equipe de governo.

- Não percam tempo em perguntar quem fica e quem sai. Neste momento não estou preocupado com isso -disse Lula.

O presidente disse ainda que no pacote com medidas para a área de infra-estrutura, que pretende lançar em breve para destravar o setor produtivo, o governo está discutindo formas de desonerar a produção e facilitar os investimentos.

- Estou preocupado em aprofundar, durante todo esse mês de novembro, os investimentos que precisamos fazer, o processo de desoneração que precisamos fazer, porque quero começar o ano com as soluções prontas. Estamos discutindo, não só no âmbito da infra-estrutura, mas também no âmbito da política de desoneração, da política fiscal. Precisamos destravar o país para crescer - afirmou.

Segundo o presidente, sua prioridade agora é lançar um pacote para destravar a economia, e fazer com que o país cresça. Lula disse que a capacidade de investimento de prefeituras, estados e União é pequena, e que é preciso encontrar mecanismos para dotá-los de "um mínimo de capacidade de investimento".

Mais cedo, em discurso na tribuna, o senador Aloizio Mercadante (PT-SP) defendeu mudanças na economia para acelerar o crescimento, e classificou a política econômica do primeiro mandato como uma "política de transição". Ele deu como receita para o crescimento o aumento da taxa de investimento, a manutenção do superávit primário e a redução de impostos.

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