O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou em público pela primeira vez após o embate com o ministro Gilmar Mendes do Supremo Tribunal Federal. Em palestra no 5º Fórum Ministerial de Desenvolvimento, que envolve dirigentes de dezenas de nações de países africanos e latinos americanos, o ex-presidente no inicio do seu discurso fez questão de dar um recado, ainda que indireto.
"Eu vou falar de pé porque senão podem dizer que estou doente, então é para evitar esses pequenos dissabores. Vocês sabem que tem muita gente que gosta de mim, mas tem outras que não gostam e eu tenho que tomar cuidado com essas. Elas são minoria, mas estão aí no pedaço", disse Lula.
No encontro, Lula criticou a atuação dos governos europeus e americanos durante a crise internacional, também fez defesa de seu governo e da presidente Dilma, e atacou governos anteriores. Mais cedo, a presidente Dilma Rousseff, que negou qualquer crise institucional devido ao imbróglio gerado pelo encontro entre Lula e Gilmar Mendes, homenageou o ex-presidente ao final de seu discurso por ocasião da entrega do 4º Prêmio Objetivos de Desenvolvimento do Milênio Brasil, no Palácio do Planalto.
"Processos e pessoas têm uma ligação íntima. As pessoas nos lugares certos e na hora certa mudam os processos e transformam a realidade. Por isso, eu queria, de fato, aqui, fazer uma homenagem especial ao presidente Lula", discursou Dilma sob aplausos dos presentes.
Na contramão do que afirmara Dilma, o tucano José Serra afirmou que "indiscutivelmente" o país vive neste momento o risco de uma instabilidade institucional diante do ocorrido entre Lula e Gilma Mendes. Já o presidente da Câmara, deputado federal Marco Maia, receitou chá de camomila para acalmar os ânimos dos envolvidos na polêmica.
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