Ao discursar em ato de comemoração pelo alcance da meta de 11,1 milhões de famílias beneficiadas pelo Bolsa Família, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçou seu discurso de candidato dirigido aos pobres e criticou os adversários, que segundo ele não aprovam o Fundeb por medo de beneficiar o governo. Lula disse que seria muito mais fácil administrar o país se pudesse cuidar somente dos pobres porque eles não dão trabalho.
- Seria tão mais fácil governar um país se a gente tivesse que cuidar só dos pobres porque os pobres não dão trabalho. Os pobres não têm dinheiro para protestar em Brasília, alugar ônibus. Eles só vão à igreja rezar. Muitas vezes os governos não olham para eles porque eles não estão fazendo passeatas e protestos. Fazer política para pobre é uma coisa prazerosa - disse Lula, que foi recebido pelo governador tucano Aécio Neves.
A declaração não deixa de ser uma crítica a grupos como o Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST), que levou mais de mil manifestantes a Brasília no início do mês e promoveu um quebra-quebra na Câmara.
Em plena cerimônia oficial, o ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, fez um discurso em defesa da reeleição de Lula, que foi recebido com gritos de "Um dois três Lula outra vez".
- A história vai assegurar mais quatro anos. A história vai registrar o governo do presidente Lula como sendo o melhor governo no campo social deste país - disse.
O presidente disse ainda que o governo federal repassou dinheiro do Bolsa Família para todos os prefeitos, mesmo aqueles que "passam o dia inteiro falando mal do presidente". Num ataque aos parlamentares da oposição, disse não acreditar que eles tenham um pensamento tão pequeno que prefiram prejudicar as crianças não aprovando o Fundeb só para não beneficiar o governo. Segundo ele, o atraso na aprovação do Fundeb significa não repasar R$ 4,3 bilhões ao ensino básico.
- Não acredito que tenha gente que pensa de forma tão pequena que seja capaz de prejudicar as crianças pequenas pensando que está prejudicando o presidente, o governo federal. Nada, o governo tem tempo para entrar e para sair e essas crianças não pediram para nascer.
Ao falar do Bolsa Família, Lula também criticou os cadastros herdados do governo Fernando Henrique Cardoso. Ele disse que não foi fácil implantar o programa porque os cadastros do antigo bolsa escola e do vale-gás continham muitos erros.
- Pode ser prefeito do PFL, do PSDB, pode passar o dia inteiro falando mal do presidente, mas os pobres dessa cidade são tratados da mesma forma do que os pobres de Belo Horizonte e Contagem (que são prefeituras administradas pelo PT) - disse o presidente.
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