O sociólogo Emir Sader, condenado por injúria ao criticar em artigo declarações do presidente do PFL, Jorge Bornhausen, recebeu neste sábado a solidariedade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do presidente do PT, Marco Aurélio Garcia.

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Ele foi convidado para compor a mesa dos trabalhos da reunião do Diretório Nacional da legenda que acontece neste sábado.

``A sociedade brasileira não pode aceitar que um cidadão se dê ao luxo de querer castigar um companheiro que ousou defender sua raça'', disse Lula em discurso, ressaltando que é nas crises que se conhecem os amigos.

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Garcia preferiu vincular a condenação de Sader ao período da ditadura militar (1964-1985).

``Estamos juntos aos milhares de intelectuais que protestaram contra esse ato arbitrário, que faz lembrar os velhos tempos da ditadura militar, à qual serviu com afinco e dedicação o senador pefelista. A contribuição intelectual de Emir tem juízes bem mais doutos do que alguns trêfegos analistas. Sua integridade ética e política é por nós todos conhecida'', afirmou.

Sader foi condenado neste mês, em primeira instância, a um ano de prisão em rime aberto e à perda de sua cátedra na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) por ter atacado Bornhausen em artigo publicado na Agência Carta Maior em de agosto do ano passado.

No texto, Sader acusou Bornhausen de ``racista'', ''desprezível'' e ``direitista'' em resposta a uma declaração feita pelo senador de que, em função das denúncias contra o PT, o país se veria ``livre dessa raça por, pelo menos, 30 anos''.

O governador de São Paulo, Cláudio Lembo, pefelista como Bornhausen, considerou, em entrevista recente à Reuters, excessiva a decisão da Justiça condenando Sader.

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Advogado especializado em direito constitucional, Lembo defende que um homem público tem que estar ciente que é objeto de críticas mais fortes do que as recebidas por um cidadão comum. Ele afirmou ainda que não viu injúria no artigo de Sader e que acha possível que o sociólogo obtenha vitória em segunda instância.