O ex-presidente Lula disse ontem, em discurso em Foz do Iguaçu, no Oeste do Paraná, que também foi "vítima" de uma tentativa de impeachment durante seu primeiro mandato, entre 2003 e 2006 numa referência aos pedidos de cassação do mandato da presidente Dilma Rousseff em função das denúncias da Operação Lava Jato. Lula esteve em Foz para participar do evento Cultivando Água Boa, realizado pela usina de Itaipu.
"Meu primeiro mandato foi muito difícil, também ameaçaram fazer um impeachment. A população tem que aprender a respeitar o resultado da democracia, parar de achar que democracia só existe quando eles gerenciam o país", afirmou. Lula fez referência ao período imediatamente posterior à revelação do escândalo do mensalão, pelo então deputado federal Roberto Jefferson, quando foi cogitado seu impedimento.
O ex-presidente saiu em defesa de Dilma , ao afirmar que ela tem recebido muitos ataques. "O ódio [demonstrado contra a presidente] é exatamente porque a filha de um pequeno agricultor tá virando doutora neste país", comentou. "Parece que as eleições ainda não acabaram".
Lula disse estar seguro de que os que falam mal de Dilma terão uma "surpresa" com o segundo mandato da petista e que "eles" precisam "aprender a respeitar a democracia". "Tenho certeza que ela vai dar um show."
Lula não conversou com os jornalistas e evitou falar sobre a Lava Jato. Questionado por repórteres, ele mandou os jornalistas falarem "com a Polícia Federal". "[Tem de] falar com a Polícia Federal", disse Lula.
Antes de iniciar seu discurso, o ex-presidente pediu um minuto de silêncio para homenagear o ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, que morreu ontem em São Paulo. O ex-presidente citou ainda a possibilidade de adiar a viagem a Montevidéu, no Uruguai, onde participaria hoje, ao lado do candidato à presidência do país Tabaré Vázquez, de um seminário sobre as experiências dos governos do PT .
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