O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, em entrevista publicada ontem pelo jornal Correio Braziliense, de Brasília, que, quando deixar o cargo, será "uma pedra no calcanhar do PT" para que o partido "coloque a reforma política como prioridade, com 365 dias por ano falando da reforma política, procurando aliado para a gente fazer." Para Lula, a adoção do fundo público para financiar as eleições, com proibição de uso de recursos privados, seria "uma chance que a gente teria para moralizar o país."
Ele lamentou também a disputa política entre dois líderes do PT em Minas Gerais, o ex-ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome Patrus Ananias e o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel, para serem escolhidos pela legenda como candidato a governador. "De repente, o PT resolve fazer uma guerra interna. Essas guerras não resolvem o problema. As pessoas pensam que podem fazer guerras, insultos, provocações e, depois, botar um papel em cima. No PT, não volta à normalidade", afirmou.
De acordo com Lula, Patrus e Pimentel são políticos experientes, que conhecem bem o PMDB mineiro e deveriam estar "conversando entre eles e trazer uma solução sem mágoas". O presidente elogiou o ex-governador de Minas Gerais e pré-candidato a senador Aécio Neves (PSDB), ao comentar o futuro político dele.
"Acho que o Aécio está qualificado para ser o que quiser", disse. Contudo, Lula disse que, se ele aceitar ser o candidato a vice-presidente na chapa do pré-candidato José Serra (PSDB), o neto do ex-presidente Tancredo Neves se desgastará. "É só pegar o que o [jornal] Estado de Minas escreveu sobre as divergências de Aécio com Serra para perceber que o Aécio vai colocar muita dúvida na cabeça do povo mineiro", destacou.
Brasília
Para o presidente, o povo de Brasília deveria se orgulhar da capital federal, que completou ontem 50 anos, apesar, segundo ele, de a população da cidade ter razão para registrar um sentimento de luto, pois ocorreu "essa barbaridade". O comentário é uma referência indireta ao recente escândalo de corrupção envolvendo ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda (sem partido), eleito pelo DEM.
Por outro lado, Lula afirmou que a população da capital, ao mesmo, tem de ter orgulho. "É uma cidade extraordinária, que tem crescido muito acima do que foi previsto por Niemeyer (o arquiteto Oscar Niemeyer), e JK", disse. Na avaliação do presidente, a cidade cresceu um pouco desordenada, com "irresponsabilidade" em alguns momentos.
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