Brasília - Aos gritos de "Dilma presidente" e "Lula, guerreiro do povo brasileiro", os cerca de 3 mil estudantes que se reuniram ontem na abertura do 51º Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE) fizeram questão de deixar claro o apoio da entidade ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Ovacionado ao se levantar para fazer seu discurso, o presidente chegou a pedir que parassem: "Vocês vieram aqui para trabalhar ou para gritar?", brincou. As vozes dissonantes foram poucas. De um lado, um grupo bastante minoritário contrapunha o nome da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, para a Presidência em 2010 com o de Ciro Gomes também aliado do governo. Mas mesmo esse grupo se entusiasmou e começou a tirar fotos de Lula assim que o presidente entrou no auditório do Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília.
"O presidente Lula é o presidente brasileiro a participar de um congresso da UNE em 71 anos de história", destacou a presidente da entidade, Lucia Stumpf, ligada ao PCdoB. Não há registros, no entanto, de outro presidente que tenha sido convidado além de Lula.
Dominada há décadas pelo PCdoB, que elegeu a maioria dos presidentes desde a reconstrução da entidade, em 1979, e pelo PT, que tem o segundo maior grupo, a UNE virou base do governo desde a primeira eleição de Lula, em 2002. Nunca antes a entidade teve uma relação tão próxima com o governo federal.
Essa proximidade se traduz em recursos. Desde 2004, a UNE já recebeu R$ 10 milhões da União. Desses recursos, R$ 7 milhões nos últimos 14 meses. O 51º Congresso, que começou ontem, teve o apoio de sete ministérios, Caixa Econômica Federal, Correios, Programa Nacional de Segurança com Cidadania (Pronasci) e Petrobras. Um projeto de lei que tramita no Congresso ainda vai liberar recursos federais para a reconstrução da sede da entidade no Rio de Janeiro.
Acordos com governo e oposição dão favoritismo a Alcolumbre e Motta nas eleições no Congresso
Lula abre espaço para Lira e Pacheco no governo e acelera reforma ministerial
Trump diz que “definitivamente” vai impor tarifas à União Europeia
A classe média que Marilena Chauí não odeia: visitamos a Casa Marx, em São Paulo
Deixe sua opinião