O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente eleita, Dilma Rousseff, estão dispostos a "brigar" juntos, na reunião do G20 da semana que vem em Seul contra o que ambos classificam como "guerra cambial". A ideia, segundo Dilma, é propor medidas multilaterais.
"Todos os países que não são a China e os Estados Unidos percebem que há uma guerra cambial. E eu quero dizer para vocês que em uma situação dessas não tem solução individual", disse Dilma, em entrevista coletiva concedida no Palácio do Planalto.
Dilma afirmou que os países podem adotar medidas de proteção, mas alertou: "quando começa uma política de desvalorização competitiva, a última vez que houve deu no que deu. E o que foi que deu? A Segunda Guerra Mundial".
Dilma deixará Brasília nesta quarta-feira para um breve descanso em local não informado. No início da semana que vem, porém, ela retoma as atividades e acompanhará Lula no encontro do G20, na Coreia do Sul.
Ao comentar sobre o encontro de Seul e a questão do câmbio, Lula, que falou antes de Dilma, enfatizou: "vou para o G20 para brigar. Se eles já tinham problema para enfrentar o Lula, agora vão enfrentar o Lula e a Dilma", disse o presidente.
Lula reforçou que tanto ele quanto Dilma defendem a manutenção da política de câmbio flutuante no Brasil.
Mas acrescentou que "vamos tomar todas as medidas necessárias para que nossa moeda não seja sobrevalorizada".
CPMF
Durante a entrevista, Dilma disse que, como presidente, não pretende enviar ao Congresso proposta para retomar a cobrança da CPMF, extinto pelo Legislativo no final de 2007, cuja principal destinação era o setor de saúde.
"Nao pretendo enviar ao Congresso a recomposição da CPMF", disse Dilma, acrescentando, entretanto, que vai discutir o assunto com os governadores eleitos.
"Eu tenho muita preocupação com a criação de imposto, preferia que a gente tivesse outros mecanismos. Agora, tenho visto uma mobilização dos governadores nessa direção. Não posso fingir que não vi", disse a presidente eleita.
Dilma também disse que vai avaliar, assim que voltar do seu período de cinco dias de descanso a possibilidade de fazer um ajuste na atual política de cálculo do salário mínimo para possibilitar um reajuste maior em 2011.
Pelo formato atual, ainda informal, o salário mínimo é reajustado com base na variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes somado à inflação acumulada em 12 meses.
O problema para 2011 é que o PIB de 2009 teve queda de 0,2 por cento, por conta dos efeitos da crise global no país. Neste ano, a expectativa é de que o PIB cresça em torno de 7,5 por cento.
"Nós estamos avaliando se é possível fazer essa compensação", disse Dilma. "Em um cenário de PIB crescendo às taxas que nós esperamos, teremos salário mínimo no horizonte de 2014 bem acima de 700 e poucos reais."
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