O candidato à Presidência da República pelo PSDB, José Serra, disse ontem, em entrevista a uma rádio pernambucana, que o presidente Lula e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso "são mais parecidos do que parece". Ele fez a comparação ao afirmar que os dois prometeram, mas não fizeram a reforma política. "Conheço os dois", afirmou, ao garantir que com ele na Presidência será diferente: "Vou peitar a reforma".Indagado sobre as semelhanças entre Lula e FHC, foi subjetivo: "são questões de natureza pessoal e psicológica, mas carinhosa". E complementou: "Ambos são, embora de maneira diferente, meus amigos pessoais independentemente das diferenças em política".
Sem culpar o presidente dentro da sua estratégia de não bater no petista lembrou que quando Lula assumiu, ele (Serra) o procurou e fez a proposta de reforma política. Segundo ele, Lula se mostrou receptivo, mas diante dos obstáculos surgidos "tem aquele deputado contra, tem isso, tem aquilo" teria preferido "não arrumar encrenca".
Para Serra, o único jeito de diminuir a importância do dinheiro na eleição é mudar a maneira de eleger deputado. "Tem que mudar o sistema", afirmou ao propor o voto distrital misto. "Se não der, vai lista partidária".
O sistema do voto distrital misto prevê que metade das vagas é pela regra proporcional e a outra para quem disputa em seu distrito. O eleitor votaria duas vezes para cada cargo um para a lista proporcional (fechada) e outro para a distrital.
O Lula de São Paulo
Na sua terceira visita a Pernambuco desde que deixou o governo de São Paulo para ser candidato, Serra fez um contraponto entre sua história e a de Lula. "Tem um presidente [Lula] que é pernambucano, mas cresceu em São Paulo", afirmou para complementar: "Tem eu, que nasci em São Paulo, mas cresci na política aqui, em Pernambuco, desde a época de estudante". Ele lembrou ter votado em Lula em 1989, contra Collor e observou que não poderia ter votado em eleições seguintes porque Lula não era o candidato do seu partido.
Da mesma maneira que buscou se mostrar próximo de Lula, Serra não poupou críticas à sua adversária, Dilma Rousseff. "A Dilma precisa começar a andar com as pernas dela, ela não vai ser nomeada pelo Lula e pelo PT", comentou ao se referir à sua ausência dos debates. "No Brasil quem for presidente, vai ter que tomar decisões sozinho. Não existe terceirização de cargo de presidente".
Trump barra novos projetos de energia eólica nos EUA e pode favorecer o Brasil
“Não acreditamos que haja sobreviventes”, dizem autoridades dos EUA; número de mortos sobe para 28
Girão cita riscos com possível volta de Alcolumbre à presidência do Senado; assista ao Entrelinhas
Brasileiro que venceu guerra no Congo se diz frustrado por soldados que morreram acreditando na ONU
Deixe sua opinião