• Carregando...
Troca de bandeiras na Praça dos Três Poderes, em fevereiro deste ano: Lava Jato ‘para’ Brasília nesta sexta-feira | Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Troca de bandeiras na Praça dos Três Poderes, em fevereiro deste ano: Lava Jato ‘para’ Brasília nesta sexta-feira| Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

A operação Aletheia, 24ª fase da Lava Jato, está ‘parando’ Brasília. Ministros cancelaram agendas e novas reuniões estão sendo convocadas discutir efeitos e estratégias sobre a nova operação da Polícia Federal e sua ligação com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A presidente Dilma Rousseff já está em reunião nesta sexta-feira (4) com seus ministros mais próximos no Palácio do Planalto.

Segundo a reportagem apurou, os auxiliares presidenciais se revezam num entra e sai do gabinete da presidente e ainda estudam a reação do governo frente à ação contra Lula. Após dormir atordoado com os efeitos do conteúdo da delação premiada do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), o Palácio do Planalto acordou atônito com a operação.

Oposição avalia que “governo acabou” e quer convocar Lula para depor na Câmara

Leia a matéria completa

Ministros petistas já esperavam uma ação da Operação Lava Jato envolvendo o ex-presidente para esta sexta, justamente pelo vazamento do conteúdo da delação de Delcídio, que implicava Lula e Dilma.

Nesta quinta-feira (3), após a publicação das declarações do senador, Lula telefonou para ministros do Palácio do Planalto e disse: “Não tenho registro de nada do que Delcídio falou”.

Mesmo assim, a avaliação Planalto é de que a ação contra Lula é um “baque” e “fragiliza ainda mais” o governo Dilma que, nos últimos dias, não consegue vencer o desgaste político.

Auxiliares da presidente ouvidos pela reportagem dizem que esse é o “movimento mais forte” da Operação Lava Jato e que, se houver “materialidade” nas provas contra Lula, as consequências serão imensuráveis. Porém, ponderam, se não houver nada de significativo, a desmoralização será da Lava Jato e do juiz Sérgio Moro, que comanda a operação em Curitiba.

Sem compromissos e sem café da manhã

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, cancelou café da manhã que teria como jornalistas nesta sexta-feira. Em dois outros encontros anteriores, nos mesmos moldes do que aconteceria hoje, Janot e auxiliares mais próximos fizeram balanços sobre as atividades do Ministério Público Federal.

Planalto vê “operação casada” entre reportagem de revista e ação da PF

Leia a matéria completa

Já o vice-presidente da República, Michel Temer, decidiu cancelar toda a sua agenda de compromissos de hoje até domingo. Temer, que vem participando de uma série de eventos relacionados à sua recondução ao comando do PMDB, participaria de atos em ao menos três estados nesta sexta. Outros eventos estavam marcados em locais como Rio de Janeiro e Porto Alegre para amanhã.

A nova fase da Lava Jato causou alarde no PMDB. Temer está em Cuiabá, mas deve deixar o estado para se reunir com aliados. A convenção do PMDB, que marcará a reeleição de Temer como presidente da legenda, esta marcada para o dia 12 de março.

Integrantes da sigla passaram as primeiras horas da manhã desta sexta-feira (4) tentando mensurar os impactos imediatos da investida da Lava Jato contra Lula.

Deputados do partido ouvidos pela reportagem acreditam que esta fase da operação poderá revelar de uma vez qual o poder de mobilização que o ex-presidente ainda tem. Até então, a teoria era que Lula seria o único personagem capaz de reagrupar a esquerda em defesa do governo e do PT.

Agora, no entanto,a avaliação é que as últimas ações da Lava Jato atingiram a imagem e credibilidade do ex-presidente numa ação coordenada para minar seu potencial para criar um clima popular contrário às investigações.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]