O governador Geraldo Alckmin afirmou neste sábado que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é “o retrato do PT”, “sem compromisso com as questões de natureza ética”, ao comentar sobre as investigações do Ministério Público de São Paulo sobre o real o apartamento triplex no Guarujá, construído e reformado pela empreiteira OAS, que teve dirigentes condenados na Lava-Jato. O ex-presidente e a mulher dele, Marisa Letícia, deverão depor no próximo dia 17, segundo informou o promotor.
“O Lula é PT, o Lula é o retrato do PT, partido envolvido em corrupção, sem compromisso com as questões de natureza ética, sem limites. É muito triste o que estamos vendo e o que a sociedade espera é que seja apurado com rigor e que se faça justiça”, disse Alckmin, que comentou a investigação num evento de entrega de viaturas para as polícias Militar e Civil.
“O Brasil sempre teve, lamentavelmente, impunidade com o crime do colarinho branco, o Brasil está dando um salto importante, é doloroso, mas é necessário“, acrescentou.
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O presidente do PT, Rui Falcão, rebateu as palavras do governador paulista em sua conta no Twitter. “Em vez de atacar Lula, o Alckmin deveria cuidar do governo dele, que tira comida da boca das crianças”, afirmou o petista, em referência às investigações da máfia da merenda. Na investigação do Ministério Público de São Paulo, o secretário de Transportes de Alckmin, Duarte Nogueira, e o ex-chefe de gabinete da Secretaria da Casa Civil Luiz Roberto dos Santos, conhecido como Moita, foram acusados de envolvimento no esquema.
Triplex
O triplex surgiu pela primeira vez na declaração de Imposto de Renda de Lula em 2006, apresentada ao Tribunal Superior Eleitoral. Na época ele declarou ter adquirido o apartamento da cooperativa dos bancários, a Bancoop, ainda na planta e ter pago, até aquele maio de 2005, R$ 47.695,38.
Em 2010, quando a cooperativa dos bancários, comandada pelo então tesoureiro do PT João Vaccari Neto, se tornou insolvente, a OAS assumiu as obras. Vaccari e a OAS já foram condenados em ações da Operação Lava-Jato e as investigações prosseguem.
A defesa do ex-presidente sustenta que a família não adquiriu um apartamento, mas uma cota do edifício Solaris, que apenas no final da obra passaria a equivaler a uma unidade. Em reportagem publicada neste sábado, O Globo mostra que quando assinou contrato com a Bancoop a mulher do ex-presidente Lula, Marisa Letícia, sabia que unidade estava comprando. Dois termos de adesão ao empreendimento obtidos pelo Globo, assinados por outros compradores do mesmo edifício, mostram que o número de cada apartamento constava dos registros iniciais de comercialização.
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