Após ter participado da conversa entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente Dilma Rousseff, na última sexta-feira, 12, o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner afirmou nesta segunda-feira, 15, que o encontro entre a presidente e seu antecessor “foi extremamente positivo, sem nenhuma novidade”, mas confirmou que os dois conversaram sobre as recentes denúncias envolvendo Lula, as quais o ministro classificou como “uma caça”.
“Evidentemente se falou sobre esse ataque sistemático que está sendo feito em torno ao ex-presidente. Eu acho que é uma coisa clara. É uma caça a uma liderança nacional”, disse. “Poderia ser uma caça a um bandido. Nesse caso é uma caça praticamente constante”, afirmou.
Oposição quer desgastar Lula para tentar reacender impeachment
Leia a matéria completaO ministro disse, entretanto, que o ex-presidente não fez apelos para que Dilma e o governo o defendessem. “Não é próprio dele”. Segundo o ministro a conversa entre Dilma e Lula tratou ainda da conjuntura política e econômica e ainda abordou a questão da mobilização em torno do combate ao mosquito Aedes aegypti.
Um dia depois da conversa com Lula, durante uma visita à Favela Zeppelin, na zona oeste do Rio, durante a campanha contra o zika vírus, Dilma pela primeira vez se manifestou publicamente a respeito das suspeitas contra Lula na Operação Lava Jato.
“Acho que ele está sendo objeto de uma grande injustiça. Eu respeito muito a história do presidente Lula e tenho certeza que este processo será superado, porque acredito que o país, a América Latina e o mundo precisam de uma liderança com as características do presidente Lula”, disse a presidente quando questionada sobre o encontro que teve na sexta-feira com seu antecessor.
Nesta segunda-feira (15), Lula está reunido com o chamado Conselho Político do PT, em São Paulo. Convocado para discutir a conjuntura atual do país e propor saídas para a crise econômica, o colegiado também deve discutir formas de apoiar o ex-presidente e fazer frente ao que os correligionários classificam de “escalada de ataques” contra ele.
Impeachment
Conforme mostrou o jornal O Estado de S. Paulo nesta segunda-feira (15), com o início efetivo dos trabalhos do Congresso esta semana, a oposição pretende explorar o avanço das investigações que envolvem o ex-presidente para tentar desgastá-lo, enfraquecer o nome do petista como candidato ao Palácio do Planalto em 2018 e ainda reacender o debate sobre o afastamento da presidente Dilma – seja pela via do impeachment ou por uma decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de cassação da chapa composta com o vice-presidente Michel Temer (PMDB).
A primeira iniciativa concreta da estratégia será propor a convocação de Lula para depor na CPI que investigará denúncias de fraudes contra a Receita Federal por bancos e grandes empresas. As suspeitas são de que houve pagamento de propinas para manipular julgamentos do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) em casos de sonegação fiscal.
A criação da CPI foi autorizada no início do mês pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), adversário do governo Dilma.
Lula é alvo de uma série de apurações formais. A Operação Zelotes investiga, além das irregularidades no Carf, um esquema de “compra” de medidas provisórias em seu governo.
O Ministério Público de São Paulo apura a suspeita de ocultação de patrimônio relacionada à compra de um tríplex no Guarujá, no litoral paulista. Lula admite ter visitado o imóvel com o então presidente da empreiteira OAS, Léo Pinheiro, condenado à prisão, mas nega ser proprietário do apartamento.
Como a PF costurou diferentes tramas para indiciar Bolsonaro
Cid confirma que Bolsonaro sabia do plano de golpe de Estado, diz advogado
Problemas para Alexandre de Moraes na operação contra Bolsonaro e militares; assista ao Sem Rodeios
Deputados da base governista pressionam Lira a arquivar anistia após indiciamento de Bolsonaro
Deixe sua opinião