O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao discursar nesta quarta-feira (5) no plenário da Câmara, afirmou que, depois de eleito presidente da República, teve a consciência de que a Constituição Brasileira "é parlamentarista", embora o regime seja "presidencialista". Disse que, mesmo assim, o texto constitucional "é um avanço", pois permite que um presidente seja eleito, como ele, e tome posse normalmente, e que um presidente seja cassado sem que nada aconteça de anormal. Lula concluiu o pronunciamento puxando palmas à Constituição de 1988.
O presidente observou que, antes dele, na cerimônia desta quarta - de comemoração dos 20 anos da aprovação da Constituição -, "falaram menores de rua, prostitutas, homossexuais, desempregados, representantes do campo." Afirmou que a Constituição foi tão importante para ele que "nunca mais quis ser deputado, apenas constituinte." O presidente afirmou que as constituições anteriores "eram diferentes", pois "representavam apenas interesses de pequenos oligarcas.
Lula, que era líder do PT durante os trabalhos de elaboração e votação da Constituição, lembrou o episódio em que os petistas decidiram votar contra a aprovação do texto constitucional. Recordou que havia "um grupo radical" no partido que era contra assinar o texto. O presidente relatou ter dito, na ocasião: "'Não. Nós estamos aqui há dois anos, ganhando salário, com toda a máquina (pública) à nossa disposição, e agora não vamos registrar o filho? Vamos assinar, sim.' E todo mundo assinou.
Ele lembrou também da determinação com que o então presidente da Câmara e do Congresso Constituinte, deputado Ulysses Guimarães, punha os parlamentares para trabalhar e votar os textos. Lula disse que ficava "admirado" com a atitude de Ulysses, que passava uma semana em casa, negociando e, quando voltava ao Congresso, colocava tudo em votação, ininterruptamente, "e ninguém entendia direito" o que estava acontecendo.
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