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Em entrevista a quatro rádios católicas nesta segunda-feira (7), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que apesar de, pessoalmente, ser contrário ao aborto, é favorável a que o Estado dê assistência às mulheres que optem por interromper a gravidez.

"Eu tenho duas posições. Eu tenho a posição de pai e de marido, e de cidadão, e tenho um comportamento de presidente da República. São duas coisas totalmente distintas. Primeiro, eu tenho dito, na minha vida política, que sou contra o aborto. E tenho dito publicamente que não acredito que ninguém faça aborto por opção ou por prazer", afirmou o presidente às rádios Rede Católica, Aparecida, Nova Aliança de Brasília e Difusora de Goiânia.

Lula evitou falar diretamente sobre a legalização do aborto, mas afirmou que o estado deve saber "dimensionar quando uma jovem desesperada, numa gravidez indesejada, corre à procura de um aborto".

"O meu sonho é que as pessoas tenham uma educação tão desejada e tão perfeita que não precisem ficar grávidas sem desejar. Este é o meu desejo. Agora, enquanto isso não acontece, o Estado precisa assumir a responsabilidade de cuidar de milhões de pessoas, ao longo de décadas, que às vezes ficam grávidas sem querer ficar grávidas", disse Lula.

Família e mensalão

A entrevista fez parte da preparação da visita do papa Bento 16 ao Brasil na próxima quarta-feira (9). Diversos temas foram tratados com as rádios, desde assuntos de interesse da Igreja Católica, como juventude e família, até reforma agrária e escândalos de corrupção durante o seu primeiro mandato.

Sobre a visita do papa, Lula disse que discutirá os problemas dos jovens e a desagregação familiar.

"Tenho interesse de conversar com o Papa sobre alguns assuntos, sobretudo o problema que envolve a juventude brasileira e a família brasileira. Eu sou um homem convencido de que vários problemas sociais que nós temos no Brasil hoje não serão resolvidos fora do seio da sociedade e, sobretudo, da família", afirmou.

O presidente defendeu que se abra um novo diálogo com entidades representativas de trabalhadores rurais sem-terra. Ele também não escapou de falar sobre o escândalo do mensalão. Para Lula, o assunto deve ser tratado com cautela.

"Se nós trabalharmos a questão da ética com serenidade, nós vamos perceber que o que aconteceu entre 2005 e 2006 – e somente a história é que vai julgar isso – é que, na verdade, teve muitas coisas que foram colocadas a público sem nenhuma veracidade, sem nenhuma prova, sem nenhum argumento que pudesse dizer: isso é verdadeiro", disse, sem dizer especificamente o que considera incorreto no escândalo.

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