O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, evitou comentar nesta quarta-feira (22) as novas denúncias que envolvem o presidente do senado, José Sarney (PMDB-AP). Após o lançamento do Plano Safra de Agricultura Familiar 2009/2010, no Museu da República, jornalistas chegaram a perguntar a Lula se, após a divulgação de gravações que ligam o senador ao ex-diretor-geral da casa, Agaciel Maia, em um processo que evidencia a prática de nepotismo na família Sarney, o governo continuaria defendendo o seu aliado. Lula nada respondeu e tentou colocar o ministro do Desenvolvimento Agrário Guilherme Cassel, na frente dos holofotes para que ele falasse sobre o Plano Safra.
A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, que no decorrer da crise também deu declarações a favor de Sarney, desta vez saiu do evento sem dar uma palavra sobre o aliado. Os diálogos gravados pela Polícia Federal com autorização judicial foram revelados em reportagem publicada hoje pelo jornal O Estado de S.Paulo. Pela manhã, durante a posse do novo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, Lula afirmou que o Ministério Público (MP) deve ter responsabilidade e pensar na biografia dos investigados.
"A única coisa que eu peço é que o Ministério Público tenha o direito e a obrigação de agir com o máximo de seriedade, não pensando apenas na biografia de quem está investigando, mas na biografia de quem também está sendo investigado", afirmou Lula, sem citar nomes ou fatos. "No Brasil, às vezes, a pessoa é condenada antes, dependendo da carga da manchete da imprensa", disse.