O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva procurou se manter distante dos jornalistas na manhã desta quinta-feira, 10, durante sua participação na Terceira Conferência Global sobre o Trabalho Infantil, em Brasília. Acompanhado dos ministros Tereza Campello (Desenvolvimento Social), Manoel Dias (Trabalho) e Luiz Alberto Figueiredo (Relações Internacionais), Lula criticou a cobertura da imprensa sobre o programa Bolsa-Família e não fez, em 42 minutos de discurso, nenhuma menção à aliança entre a ex-senadora Marina Silva e o governador de Pernambuco Eduardo Campos, possível candidato do PSB à sucessão presidencial em 2014.
"Muitas vezes as coisas secundárias são tratadas de forma sensacionalista", disse no início do discurso, dedicado em sua totalidade a defender as políticas sociais iniciadas em seu governo e no de sua sucessora e afilhada política, a presidente Dilma Rousseff, especialmente na área de educação. Ele disse que a petista está investindo em todas as formas de ensino, "da creche ao centro de pesquisa" e afirmou que tudo é prioridade quando se trata de educação.
Lula homenageou Leonel Brizola e Darcy Ribeiro, que nos anos 1980 brigavam por escola em tempo integral. "Nenhum adolescente estará totalmente livre da situação de trabalho se não oferecermos a ele uma vida digna em família no presente e a esperança de um futuro melhor pela educação."
O ex-presidente afirmou conhecer o trabalho da presidente Dilma e dos ministros. "Certamente ainda não conseguimos fazer tudo. Não conseguimos resolver os desmandos de cinco séculos em uma década", disse. Ele afirmou que, "conhecendo a alma de Dilma", no próximo encontro sobre trabalho infantil o Brasil será um dos países que "mais continuam reduzindo" esse tipo de atividade.
O evento foi realizado em um hotel próximo ao Palácio do Alvorada, residência oficial da presidente Dilma Rousseff. Lula entrou e saiu pela garagem e, ao ver os jornalistas, disse sem dar chances para perguntas: "Eu já falei bastante, publica o que eu disse".
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