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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai formalizar neste sábado às 9h, no Palácio da Alvorada, o convite para que o vice-presidente José Alencar seja seu companheiro de chapa na campanha da reeleição. O encontro foi marcado pelo chefe de gabinete da Presidência da República, Gilberto Carvalho, num telefonema hoje às 11h, quando Alencar estava chegando a Vitória (ES).

A intenção inicial do presidente Lula era fazer o convite na noite de sexta, mas Alencar alegou que estaria participando de uma cerimônia e festa de casamento em Brasília. Ficou acertado então que os dois se encontrarão no sábado no Alvorada e irão juntos ao clube Minas Tênis Clube, onde se realiza a convenção do PT que vai oficializar a chapa Lula-Alencar.

- Não conversei com o presidente, nem recebi convite. O presidente queria conversar comigo à noite, mas nossa reunião ficou para sábado no Alvorada. Não falo sobre candidatura a vice antes de ela ser homologada na convenção. Uma candidatura a vice só existe depois do fato consumado - disse Alencar, por telefone, ao jornal "O Globo".

Alencar, que está em Belo Horizonte participando de uma solenidade no Ministério Público, negou que tenha sido recebido ou conversado com o presidente na noite de quinta-feira, depois que o presidente assistiu ao jogo entre o Brasil e o Japão, pela Copa do Mundo, na companhia dos presidentes do PSB, deputado Eduardo Campos (PE), do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), do governador Jorge Viana (AC), dos ex-ministros Ciro Gomes e Roberto Amaral e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Sepúlveda Pertence.

Nesta sexta pela manhã, em Chapecó (SC), o presidente Lula antecipou-se ao convite declarando:

- Em time que está ganhando não se mexe. O José Alencar será meu vice. Ele é um grande empresário e um grande companheiro.

Na tarde de sexta, em Vitória (ES), justamente por não ter recebido ainda o convite oficialmente, o vice José Alencar não o confirmou e deu uma declaração cautelosa:

- Com relação ao futuro, eu costumo dizer, que amanhã é outro dia. Tomorrow is another day. Eu falo em inglês porque às vezes fica melhor - brincou.

O presidente tentou até quinta-feira convencer o PSB a integrar sua chapa para disputar a reeleição. Lula assistiu ao jogo da seleção acompanhado da cúpula do partido, no Palácio da Alvorada. Nas negociações com o PSB, Lula enfrentou problemas com o PT, que defendia abertamente a manutenção do vice-presidente José Alencar. Antes da confirmação do nome de Alencar, o presidente nacional do partido, deputado Ricardo Berzoini (PT-SP), dissera nesta sexta de manhã que a opção por Alencar será "muito mais natural".

- A última palavra, no entanto, será do presidente Lula - dissera Berzoini.

Já o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, incluiu nas negociações os nomes do deputado Eduardo Campos (PE) e do ex-ministro Ciro Gomes, ambos do PSB. Mas o próprio Eduardo Campos disse na quinta-feira que, se o PSB tivesse que tomar uma decisão, optaria pela aliança informal com o PT, ressaltando que podem surgir "fatos novos".

Presidente do PSB, Eduardo Campos disse que o partido teria que pensar primeiro na sua sobrevivência, ou seja, em como vencer a cláusula de barreira, que obriga os partidos a obter 5% dos votos nacionais para deputado federal. Uma coligação formal no nível nacional, porém, pela regra da verticalização, obrigaria a manutenção da aliança nos estados.

Lula queria o PSB formalmente na chapa porque, sem ele, terá menos tempo no programa gratuito de rádio e TV e somará menos minutos que o candidato do PSDB a presidente, Geraldo Alckmin. O partido do presidente sozinho terá entre 9 e 10 minutos no horário gratuito de rádio e TV, tempo considerado suficiente pela coordenação da campanha.

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