O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a imprensa durante seu discurso na festa de lançamento da candidatura do ex-ministro Fernando Haddad à prefeitura de São Paulo.
Ao saudar a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, que estava presente, Lula lembrou que em seu governo ela trabalhava no Ministério da Casa Civil sob o comando de Dilma Rousseff, junto com Erenice Guerra, que acabou se tornando titular da pasta no final da gestão. Erenice deixou o cargo depois que seu filho foi acusado de tráfico de influência, intermediando relações de empresários com o governo.
"[Erenice] foi execrada durante a campanha da Dilma e deixou o governo acusada de tudo quanto é coisa. Quando terminou a campanha, o acusador dela, de Campinas, na primeira audiência, retirou a acusação e a imprensa, que a massacrou, não teve coragem sequer de pedir desculpa à companheira, que não tinha cometido o crime que eles disseram", disse Lula, sendo aplaudido pelos militantes.
Ao saudar o ministro da Saúde, Alexandre Padrilha, o ex-presidente disse que a área precisa de mais dinheiro e criticou o PSDB pelo fim da CPMF. "Temos de tirar dos ricos para garantir que os pobres tenham mais saúde".
Ele destacou que o fim do imposto reduziu o orçamento anual da saúde em R$ 40 bilhões. "O DEM e os tucanos tiraram R$ 120 bilhões [em três anos] da saúde no meu último mandato, achando que iriam me prejudicar. Não prejudicou, mas prejudicou o povo pobre deste país", disse.
O ex-presidente também avaliou que, para Haddad conquistar a prefeitura de São Paulo, terá de conquistar o eleitorado que não é simpático ao PT. Lembrou que Marta Suplicy foi eleita para comandar a cidade porque, no segundo turno contra Paulo Maluf, contou com o apoio do governador tucano Mário Covas.
Sem citá-lo nominalmente, o ex-presidente atacou José Serra (PSDB), líder nas pesquisas para a eleição paulistana, de usar São Paulo, por ter renunciado à prefeitura em 2006 para disputar o governo do estado, um ano e três meses depois de assumir o cargo. Ele também lembrou a saída do tucano do cargo de governador, a nove meses do final do mandato, para se candidatar a presidente, em 2010.
"Os seus adversários são possivelmente os mais frágeis que você vai enfrentar numa campanha", disse a Haddad. "Tem um que já está desgastado. Alguém que foi eleito prefeito e não exerceu o mandato. Utilizou a cidade apenas como trampolim para ser candidato a governador. Alguém que achou que governador era pouco. Não cumpriu com o seu mandato e saiu para ser candidato a presidente e tomou uma tunda da companheira Dilma", falou.
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