Depois de receber o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), ontem no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez uma defesa velada de Renan, acusado de usar recursos da empreiteira Mendes Junior para pagar despesas pessoais, durante a posse do procurador-geral da República Antonio Fernando de Souza para mais um mandato. Lula afirmou que todos são inocentes até que se prove o contrário e pediu cautela à Polícia Federal e ao Ministério Público antes de divulgar informações sobre acusados.
- Uma coisa que me inquieta no comportamento da Polícia Federal e do Ministério Público é que muitas vezes não temos o cuidado de evitar que pessoas sejam execradas publicamente antes de seu julgamento - discursou Lula.
Para o presidente, as acusações feitas antes do julgamento são tão graves como absolver uma pessoa que cometeu um crime.
- É preciso fazer uma boa e sensata investigação, doa a quem doer, mas tem que ter consciência de que os 190 milhões de brasileiros todos têm que ter a chance de provar a inocência antes de ser condenados - afirmou.
Na solenidade estavam presentes o próprio Renan, o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), a presidente do Supremo Tribunal Federal, Ellen Gracie, e alguns ministros. Como presidente do Congresso, Renan não discursou, ao contrário do que prevê o protocolo. Quem falou em nome do Legislatvo foi Arlindo Chinaglia.
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