O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursou ontem em Salvador, na Bahia, como se ainda integrasse o governo a cerca de mil pessoas a maioria agricultores e sindicalistas. Lula focou seu discurso no aumento de oportunidades de empréstimos a pequenos agricultores e nos programas de distribuição de renda do governo federal.
O ex-presidente participou, na manhã de ontem, do lançamento do Plano Safra da Agricultura e Pecuária da Bahia 2011-2012, que prevê créditos de R$ 4,2 bilhões. No evento, foi homenageado por integrantes de associações da agricultura familiar, discursou por 20 minutos, mas não fez comentários sobre a crise no governo Dilma Rousseff.
"Quanto mais dinheiro a gente fizer chegar à mão dos pequenos, mais vai crescer a economia brasileira, mais gente vai comprar os produtos de vocês", disse Lula. "Foram 39 milhões de pessoas que ascenderam de classe social."
Como nos tempos de presidente, Lula voltou a criticar os governos anteriores ao seu "governavam para um terço da população" e brincou com conceitos religiosos que atrelam a pouca riqueza material à riqueza espiritual.
"Tem de acabar com essa bobagem que inventaram de que pobre vai ganhar o reino dos céus e de que é mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico ir para o céu", disse. "Porque, para o rico, o céu é aqui. E o pobre também quer o céu agora, e vivo."
No momento mais inusitado do evento, Lula recebeu alguns produtos provenientes da agricultura familiar baiana e arrancou gargalhadas da platéia ao puxar uma garrafa de cachaça de uma das sacolas.
Lula também afirmou que custa mais caro manter um "mendigo na cidade" do que um "trabalhador no campo". "Custa mais caro o trabalhador deixar o campo e virar mendigo na cidade do que a gente manter o trabalhador no campo", disse Lula, arrancando aplausos da plateia.
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