O presidente Luiz Inácio Lula da Silva intervém pessoalmente, a partir desta segunda-feira, nas negociações para recompor a base aliada, definir sua nova equipe ministerial e cobrar a votação das propostas que fazem parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Nesta segunda, Lula vai conversar com o novo presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), com o candidato derrotado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) e ainda com o presidente reeleito do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
O presidente já antecipou semana passada que vai exigir responsabilidade dos partidos aliados, que se dividiram na eleição da Mesa da Câmara, para que seja assegurada a unidade governista em torno dos projetos do programa de crescimento. Simultaneamente, o presidente começa a tratar dos pleitos dos aliados para o Ministério, mas já disse que anunciará as mudanças apenas no fim de fevereiro.
Pela manhã, Lula se reúne com os ministros da coordenação de governo para avaliar a eleição da Câmara e discutir como o governo vai lidar com as cobranças dos aliados, principalmente do PMDB, responsáveis pela vitória de Chinaglia.PMDB quer aumentar sua fatia para cinco ministérios
O PMDB, que hoje tem três ministérios (Comunicações, Minas e Energia e Saúde), quer ampliar sua fatia para cinco. O partido sinaliza que tem mais pressa que o presidente em definir a sua participação no governo.
- Estamos aguardando o convite do ministro Tarso Genro para conversar. Era para aguardar a eleição da Mesa da Câmara. Isso já aconteceu - disse o novo líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN).
O líder peemedebista e o presidente do partido, Michel Temer (SP), já estão administrando a ansiedade da bancada de quase 90 deputados.
Mas há ministros que também estão ansiosos para decidir sua situação. Nesta segunda, o ministro Márcio Thomaz Bastos tem mais um encontro com o presidente Lula para tentar definir sua saída da Justiça. O substituto de Bastos será o ministro Tarso Genro, segundo integrantes do Palácio do Planalto.Oposição, atordoada, busca novos caminhos
Diante do crescimento da base governista de Lula no Congresso com a adesão estratégica do PMDB, e ainda sob o desgaste da participação na eleição de Chinaglia na Câmara e de Renan no Senado, a oposição, dividida, busca novo rumo e um discurso mais consistente contra o governo petista. Para isso, PSDB e PFL terão primeiro de administrar não só as diferenças de estilo, cada vez mais gritantes, como também suas divergências internas.
Apontados como principais responsáveis pela vitória de Chinaglia, os tucanos estão divididos entre uma postura mais agressiva em relação ao governo Lula e a opção de uma oposição mais leve.
- Estamos numa ressaca. Teremos de achar nosso caminho com nova agenda e definir que tipo de oposição vamos fazer - cobra o deputado novato Bruno Araújo (PSDB-PE).
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