Apesar de alertado pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI), responsável pela sua segurança, e por diplomatas em relação à "inconveniência" da ida a Ponta Porã, na fronteira do Brasil com o Paraguai, para se reunir com o presidente Fernando Lugo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está decidido a manter a viagem marcada para a próxima segunda-feira.
A preocupação, que já existia porque naquela região de fronteira há forte concentração de tráfico de drogas e de armas e opera a guerrilha Exército do Povo Paraguaio (EPP), foi ampliada no Planalto depois do atentado na noite de ontem contra o senador Robert Acevedo, do Partido Liberal Radical Autêntico (PLRA), aliado do governo Lugo, em Pedro Juan Caballero, cidade fronteiriça a Ponta Porã (MS).
Informações que chegaram ao governo brasileiro apontavam que, apesar de o atentado ser contra um senador, este poderia ser um crime comum, já que há ainda suspeitas de ligações de Acevedo com outros grupos do país e que, portanto, este poderia ser um acerto de contas. O governo brasileiro não quer emitir opinião sobre esta questão por considerar que é um assunto paraguaio.
As reuniões de Lula com Lugo serão do lado brasileiro, mas o primeiro encontro e aperto de mão entre os dois será na divisa entre os dois países, que fica em uma praça, em uma avenida chamada Brasil. Esta é uma das principais preocupações. Depois, haverá um encontro no Regimento de Cavalaria Mecanizada, do Exército brasileiro, e, em seguida, todos vão para o centro de convenções da cidade, onde haverá o encerramento de um seminário com empresários na presença dos dois presidentes, seguido de almoço, ultimo compromisso de Lula em Ponta Porã.