O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deflagrou a disputa pela posse da expressão "nós podemos mais". Depois do pré-candidato do PSDB, José Serra, ter usado recentemente a frase, Lula afirmou nesta quarta-feira (14), em discurso em um evento do Sebrae, que o governo criou um momento mágico, que está permitindo aos brasileiros acreditar que é possível ir além nas conquistas econômicas e sociais.

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"Temos de aproveitar esse momento de ouro que o Brasil está vivendo. Todo mundo está acreditando que pode um pouco mais", disse Lula. "Hoje, o prato está feito e ninguém quer saber quem fez", completou.

Assessores do Planalto dizem que Lula avalia que esse mote "nós podemos mais" sempre fez parte dos seus discursos e que agora a oposição está tentando usar isso para ganhar votos.

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Num longo discurso de improviso, Lula disse que, desde o movimento sindical, nos anos 70, ele e seu grupo político fizeram uma pequena revolução de comportamento no País. "Quando tudo está pronto, fica fácil não querer dizer quem fez", disse Lula. Ele ainda usou como metáfora a figura da mãe que faz a comida e o filho que costuma não dar valor.

Oportunidades

Dirigindo-se a funcionários do Sebrae, Lula disse que o órgão precisa mapear mais o País para buscar oportunidades nas "entranhas do sertão". "Acho que vocês podem fazer mais do que estão fazendo", disse Lula, deixando de lado a ideia de continuísmo.

"Muitas vezes, a gente se deixa acostumar com a mesmice e espera em casa, as pessoas nos procurarem", disse. Lula ressaltou o fato de o seu governo ter diversificado as relações comerciais. Ele lembrou que, antes de 2003, o comércio com os Estados Unidos representava 30% e, com a Europa, outros 30%. Segundo ele, esses números mudaram. Ele observou, por exemplo, que o comércio com o continente africano chegou a US$ 25 bilhões e com a Itália US$ 9 bilhões.

O presidente ressaltou um aumento no crédito do País. Nas contas dele, em 2003, havia um montante de crédito de R$ 380 bilhões e hoje essa soma chega a R$ 1,450 trilhão. Lula ainda defendeu a criação de um ministério da Micro e Pequena Empresa. Ele adiantou, no entanto, que nesta etapa final de governo não pretende criar uma nova pasta.

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Ele disse que, assim como é impossível um ministério ser responsável por proprietários de terra que possuem 200 mil hectares e ao mesmo tempo de pequenos agricultores de 10 hectares, é estranho não ter no País uma pasta específica para o micro e pequeno empresário. Na estimativa do presidente, só nos últimos anos, o saldo de empresas que abriram e fecharam é positivo em 2,4 milhões de empresas, o que teria gerado 8 milhões de novos empregos.