O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou na quarta-feira que não descarta participar de debates políticos durante a campanha à reeleição. Em sua primeira entrevista na TV como candidato, ao jornal "SBT Brasil", ele justificou que o presidente da República é uma instituição, por isso, é preciso saber antes quais são as regras estabelecidas para os debates.
- Se tem uma coisa que eu gosto muito é de debate. Eu gosto muito é de ser provocado em debate. Agora, eu não estou indo lá apenas enquanto Lula candidato. Porque se eu estiver na cadeira como candidato e acontece alguma coisa no Brasil, eu deixo de ser candidato e viro presidente na hora. Então eu preciso preservar a instituição e vou trabalhar com carinho. O que não falta é oportunidade para debate neste país.
Sobre uma possível aproximação do PT com o PSOL, partido fundado pela ex-petista Heloísa Helena, expulsa da legenda após discordar da decisão do PT sobre as reformas Tributária e Previdenciária, Lula preferiu não comentar. Ele disse que não vai falar sobre segundo turno antes do dia 1º de outubro.
O presidente falou ainda sobre o escândalo dos sanguessugas. Para Lula, é um erro expulsar os parlamentares antes do final do processo de investigação, uma vez que não há nada provado ainda:
- Não temos preocupação em expulsar deputados, mas tem que provar. Você não pode julgar ninguém por ser acusado, julgamento sumário nunca deu certo em lugar nenhum. É por isso que eu nunca fui a favor da pena de morte, pois podemos cometer um grande erro.
Quando perguntado sobre o que pretende fazer em mais quatro anos de governo, o presidente preferiu falar sobre o que já foi feito durante seu mandato.
- Hoje as pessoas comem mais, compram mais. Uma garrafa de óleo custava R$ 2,30 e hoje é R$ 1,30. Um saco de cimento custava R$ 23 e hoje custa R$ 10,50 ou R$ 11. As pessoas estão comendo mais, estão construindo as suas casas, o salário-mínimo aumentou e hoje dá para comprar o dobro de cestas básicas - disse, e voltou a bater na tecla da educação:
- Só fiquei frustrado porque o processo de votação do Fundeb não foi concluído. O governo poderia ter gasto R$ 1,5 bilhão na educação, mas como o projeto não foi aprovado, esse dinheiro não pode ser repassado.
Lula falou ainda sobre o crescimento do país. Ele disse que a imprensa esquece das coisas e que um crescimento de 3,5% pode parecer pequeno, mas que o Brasil já teve 20 anos de crescimento medíocre. O presidente fez uma analogia e disse que, desde 2002, estavam consertando a casa e que, num segundo mandato, vai colocar as telhas, as paredes para dar mais segurança ao povo.
- Quero um ciclo de crescimento sustentável de longo prazo, com 10, 15 anos de crescimento virtuoso para recuperar as décadas perdidas - disse.
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