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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira que não tem pressa para montar a equipe do segundo mandato, mas indicou que o PT poderá perder espaço na nova composição do governo. Ele argumentou que o partido já tem o cargo mais importante no governo, que é o de presidente da República. Lula disse ainda que o governo será composto de forma diferente no segundo mandato, mas garantiu que não vai fazer uma 'salada de frutas'.

- Não estou discutindo isso porque o governo será composto de forma diferente. Não faremos uma partilha, uma salada de frutas. Eu quero construir uma aliança com os partidos políticos. O que importa são as políticas públicas que o governo vai colocar em prática. O PT vai ter a participação no governo que tenha o tamanho do PT. Aliás, o PT já tem o cargo mais importante do governo, que é o de presidente da República. Já é uma boa representação - afirmou.

O presidente disse que há muita ansiedade na imprensa, e que sua decisão não será influenciada por notícias sobre eventuais trocas de ministro. Lula também não descartou a possibilidade de renúncia coletiva de ministros, como defende a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff.

- Estou acompanhando a imprensa e há uma inquietude com a questão do Ministério. Eu ainda não pensei em um único nome. Nem quem fica nem quem vai entrar. Estou muito tranqüilo. Temos dois meses ainda de mandato para cumprir. O novo mandato vai começar no dia 1º de janeiro. Na hora que eu tomar a decisão vocês vão saber. Vai ter momento para tudo. Não vão ser as manchetes e as notícias de que sai fulano e entra beltrano que vão me fazer tirar ou colocar ministro. Tenho todo o tempo do mundo e vou fazer isso com a tranqüilidade de quem precisa acertar.

Mais cedo, o presidente Lula deixou a entender que o atual ministro da Educação, Fernando Haddad, vai continuar no cargo em seu segundo mandato. Ao participar da Primeira Conferência Nacional de Educação Profissional e Tecnológica, no Centro de Convenções de Brasília, Lula abriu seu discurso dizendo:

- Vou denominar hoje o "Dia do Fico" do Fernando Haddad - afirmou o presidente no evento, que não estava previsto em sua agenda.

Depois do discurso, Lula explicou sua declaração:

- Eu disse porque os alunos começaram a gritar 'Fica! Fica', e eu tinha que dar uma resposta. Até 1º de janeiro, todo mundo é ministro. Depois, vamos ver o que vai acontecer.

Fernando Haddad disse que a declaração de Lula não significa que ele esteja confirmado no cargo.

- Foi um momento de descontração numa conferência. Deixa o homem trabalhar! Mais importante do que a pessoa é o compromisso do presidente com a educação - disse.

O presidente disse que sua prioridade neste momento são os projetos de infra-estrutura, e que pretende anunciar medidas nessa área até o fim deste mês, o mais tardar no início de dezembro.

- Estou pensando agora. Estou trabalhando todo santo dia, me reunindo com ministros para ver a questão da infra-estturutra, onde está a dificuldade, onde temos problemas de licenciamento prévio, onde temos problemas de recursos, porque quero anunciar medidas de infra-estrutura ainda este mês, o mais tarde no começo de dezembro.

Lula vem se reunindo com aliados e ministros e negociando pessoalmente o novo governo. Nesta quarta-feira, o líder do PMDB na Câmara, Wilson Santiago (PB), deixou claro o desejo do partido por mais ministérios no segundo mandato de Lula.

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