Lula admite trocar Waldir Pires e quer convocar Conselho de Defesa

Em reunião, na terça-feira, de noite, com o senadores do PT, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse estar disposto a substituir o ministro da Defesa, Waldir Pires, como parte da solução para a crise do setor aéreo. Mas o presidente quer encontrar uma forma de mudar a pasta sem desmoralizar o atual ministro.

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Aeronáutica prepara plano de emergência para o feriadão da Páscoa

O Comando da Aeronáutica, que reassumiu nesta terça-feira, com apoio irrestrito do presidente Lula, o controle total do tráfego aéreo do país, já elaborou um plano de emergência para garantir o funcionamento dos aeroportos em caso de uma nova paralisação.

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Câmara aprova MP que cria 172 cargos técnicos no controle aéreo

O plenário da Câmara dos Deputados aprovou, na terça-feira de noite, a Medida Provisória 341/06, que cria 172 cargos técnicos no Comando da Aeronáutica no Grupo Defesa e Controle do Tráfego Aéreo (Dacta), assim distribuídos: técnico de defesa aérea e controle de tráfego aéreo, 137; técnico em eletrônica e telecomunicações, 15; técnico em informações aeronáuticas, 12; técnico de programação operacional de defesa aérea e controle de tráfego, 8.

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou, nesta quarta-feira, ao sair do almoço com o presidente do Equador, Rafael Correa, que pretenda demitir o ministro da Defesa, Waldir Pires, que tem enfrentado problemas no decorrer da crise aérea:

- Não tem troca de ministro. A reforma ministerial acabou. Se queden tranquiles - disse Lula, tentando arranhar um espanhol.

Lula disse ainda que não há riscos de novos atrasos nos aeroportos brasileiros durante a Páscoa. O presidente afirmou também que vão ocorrer mudanças na área de controle aéreo, mas que isso precisa ser feito com calma. Lula tentou acalmar os passageiros:

- Podem viajar tranqüilos - disse.

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Após o encontro com o presidente equatoriano , Lula defendeu o diálogo como a melhor forma de condução de impasses e afirmou que não é preciso "prender pessoas", numa referência a sua decisão da última sexta-feira, que impediu a prisão de militares controladores de vôo por insubordinação.

- Não precisamos prender pessoas, precisamos conversar, disse Lula a jornalistas. O presidente acredita numa boa solução da crise que afeta o setor aéreo e, em recado dirigido aos controladores, disse "duvidar" que o Brasil tenha tido um presidente com a flexibilidade para conversar com todos os setores, como ele faz.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou, após o almoço, que os brasileiros "vão encontrar paz e normalidade", não só na Semana Santa, mas daqui para frente. Lula admitiu, no entanto, que problemas pontuais poderão ocorrer e voltou a condenar a greve dos controladores de vôos. Ele disse que os controladores não podem colocar em risco a segurança dos brasileiros.

Perda de poder

Na noite desta terça-feira, durante reunião com o senadores do PT, Lula chegou a admitir que estaria disposto a substituir o ministro Waldir Pires , como parte da solução para a crise do setor aéreo, mas a mudança teria que ser feita de uma forma que não desmoralizasse o atual ministro.

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Segundo a colunista Tereza Cruvinel, dois deputados têm negociado e atuado como bombeiros junto aos controladores: José Genuíno (PT) e Aldo Rebelo (PCdoB). Os dois seriam cotados para assumir a vaga de Waldir Pires. No entanto, segundo a colunista, ambos têm problemas políticos que os impedem de assumir o cargo. O mais contado então, seria o ex-ministro Nelson Jobim.

Na sexta-feira, algumas horas antes de ser decretada a greve, que vinha sendo anunciada o dia inteiro, o ministro Waldir Pires deixou Brasília. Na terça-feira, ele também chegou a dizer que não foi informado do motim . No entanto, foi desmentido pelo Ministro Jorge Félix, do Gabinete de Segurança, que diz ter informado todo governo no momento em que foi decidida a paralisação .

Em parte, Waldir Pires tinha sido afastado das negociações com os controladores pelo próprio presidente. Também na terça-feira, Lula tirou o ministro da Defesa da gestão da crise e a entregou nas mãos do brigadeiro Juniti Saito, comandante da Aeronáutica.