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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira (29) que o governo federal não faz distinção na distribuição de verbas para cidades e Estados conforme o partido a que pertence o prefeito ou o governador. Em discurso ao inaugurar a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Vila São Pedro, em São Bernardo do Campo (SP), Lula afirmou que os governantes costumam pedir dinheiro sem ter formulado um projeto e que por isso os recursos não são enviados. Segundo ele, quando apresentadas, boas ideias são aprovadas, independente do partido a que o prefeito e o governador estão filiados.

"Nós não fazemos distinção de que partido é o prefeito ou o governador. Sejam de qualquer partido o governador ou o prefeito se o povo precisa, a gente tem mais é obrigação de fazer sem olhar, porque não se pode deixar de dar comida para o porco porque não se gosta do dono. Você precisa tratar as pessoas com o respeito que elas merecem", afirmou.

Ao lado de Lula, a ministra interina da Saúde, Márcia Bassit, anunciou a liberação de verbas para a construção do Hospital de Clínicas de São Bernardo do Campo, cidade atualmente administrada pelo petista Luiz Marinho.

O Ministério da Saúde vai conceder R$ 83 milhões para a obra, a Prefeitura deverá arcar com R$ 20 milhões e o governo do Estado com R$ 40 milhões. Mais tarde, o presidente disse que a cidade não recebeu investimentos em obras como a do hospital antes porque "o prefeito que estava aqui não gostava de trabalhar com o governo federal".

Sem citar o nome do ex-prefeito de São Bernardo William Dib (PSDB), que governou a cidade por dois mandatos, Lula disse que a atitude era uma "bobagem". "Não tem nada mais ignorante que isso. Um prefeito não pode ficar brigando com governador ou presidente", disse.

O atual prefeito, Luiz Marinho, disse que Dib recusou verbas inclusive para projetos de infraestrutura do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). "De fato, ele nunca encaminhou projetos para a cidade. Os recursos para projetos do PAC, quando eu assumi, tive de correr para recuperar porque eles estavam tecnicamente perdidos. A cidade perdeu a possibilidade de trazer investimento federal e agora temos de recuperar o tempo perdido" disse.

Figueiredo

Lula disse ainda que a Caixa Econômica Federal, em seu governo, bateu o recorde de construção de casas populares que pertencia ao governo do ex-presidente João Baptista Figueiredo, último governante militar da ditadura instalada em 1964. "Uma coisa que me dá orgulho é que nós tínhamos um presidente no Brasil que, quando foi presidente, a Caixa Econômica bateu recorde de construção de casa própria", afirmou.

"A história a gente não pode negar: foi no governo do presidente João Figueiredo. Pois nós já ultrapassamos o recorde do presidente Figueiredo até 2008 e ainda temos 2009 e 2010. E com o programa 'Minha Casa, Minha Vida', eu peço a Deus que a gente consiga contratar todas as casas, que são 1 milhão, até o ano que vem, para que a gente possa em 2012 ou 2014 anunciar mais 1 milhão de casas pela Caixa e o povo brasileiro tenha o seu problema habitacional resolvido.

Presente ao evento, a presidente da Caixa, Maria Fernanda Ramos Coelho, disse que as agências da Caixa fecham diariamente 3,5 mil contratos para a construção de casas.

A cerimônia também contou com a presença do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), idealizador do conceito de Unidade de Pronto Atendimento (UPA), que oferece atendimento de emergência de baixa e média complexidade 24 horas por dia.

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