O presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou nesta segunda-feira (29), após anúncios de investimentos na Bahia, ter conhecimento de uma articulação para possibilitar sua permanência por mais quatro anos no cargo de presidente.
"Nenhum aliado falou comigo até agora...Democracia é bom demais, e a gente não pode brincar com democracia nos países da América Latina. A Constituição estabelece que você pode ter um mandato de quatro anos e uma reeleição. Se o Congresso Nacional quiser fazer a reforma política, todo mundo conhece a minha tese, eu sou favorável a um mandato maior do que quatro anos, sem reeleição", disse o presidente.
A proposta de emenda constitucional para que Lula tenha a possibilidade de um terceiro mandato é defendida por um grupo pequeno de parlamentares da base aliada. Um dos defensores da proposta é o deputado Carlos Willian (PTC-MG). Já o deputado petista Devanir Ribeiro (PT-SP) acredita que a discussão poderia ser feita com a sociedade, por meio de um plebiscito.
No sábado, durante as comemorações de seu aniversário, o presidente já havia comentado sobre a suposta articulação. "Eu sou favorável que a alternância de poder é a melhor coisa para a democracia. O povo vai votando, vai acertando, vai errando, vamos construindo um Brasil cada vez mais sólido, democrático e justo. Não apóio, não acho necessário uma proposta dessa", havia dito Lula.
O assunto também repercutiu na Câmara, onde o presidente da Casa, Arlindo Chinaglia (PT-SP), garantiu que não existe qualquer possibilidade de prosperar uma proposta que viabilize o terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "A chance política é zero. É um não fato. É rigorosamente na outra mão que se discute. É mais provável se debruçar sobre a extinção do segundo mandato", analisa Chinaglia.
PSDB
O governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), reagiu à proposta. Ele disse avaliar que a proposta de um terceiro mandato consecutivo é uma tentativa "séria" de alguns setores, não do presidente.
Em entrevista na Suíça, onde participa na terça (30) da festa de anúncio do país-sede da Copa do Mundo de 2014, Aécio disse que a novidade do próximo pleito presidencial será a ausência de Lula nas cédulas. "O presidente termina seu mandato em 2010 e nós temos que nos preparar para disputar e com boas chances", afirmou. "Até porque, depois de 40 anos, pela primeira vez vamos ter uma eleição direta sem o Lula."
Ele disse que o PSDB não pode entrar numa terceira "aventura" eleitoral em 2010. "O PSDB estará unido, até porque tem juízo", disse. "Já apanhamos tanto, perdemos duas eleições seguidas. O PSDB não vai entrar em aventura", completou. "O candidato do PSDB vai ser o que demonstrar naturalidade eleitoral e capacidade de construir alianças."
A uma pergunta sobre se assistiria a Copa do Mundo de 2014 apenas como simples torcedor ou ocupando um outro cargo, o governador respondeu: "Isso não depende de mim, depende das pessoas, do país". "Espero que em 2014 possamos crescer com taxas mais vigorosas", completou. "Estarei nesse time, não importa em qual posição."
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