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Em discurso a empresários do setor industrial, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta segunda-feira que o país vive hoje subordinado a "centenas e centenas" de denúncias, que "mentiras e verdades" aparecerão e que em meio às investigações não existiu qualquer pedido de "desculpas ou retratação". Destacando pilares da economia não afetados pela crise política que se arrasta há 120 dias, Lula disse ainda que o Brasil passa por um momento em que as denúncias aparecem e "não se concretizam".

- O Brasil vive subordinado a centenas e centenas de denúncias. Eu disse outro dia que as mentiras e a verdades iam aparecer. O povo só precisa ter cautela porque o denuncismo ficou solto quatro, cinco meses. Acho que os deputados estão com dificuldades para apurar a concretude das denúncias. O Brasil vive um momento em que as denúncias aparecem e não se concretizam - disse ele na abertura da sexta edição do ContruBusiness, seminário sobre o setor da construção civil, na sede da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp).

Para Lula, o governo trabalha "com muito cuidado" para não permitir que a crise venha criar qualquer problema na economia brasileira. Ao lado dos ministros Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), Luiz Marinho (Trabalho) e Márcio Fortes (Cidades), Lula evocou saldos da economia para rebater a crise no governo.

- Houve poucos momentos na história econômica do Brasil Porque tivemos uma combinação de fatores tão positivos como estamos tendo agora. Alguém poderia dizer quer o Brasil poderia crescer mais, é verdade. Alguém poderia dizer que os juros poderiam estar mais baixos, é verdade. Mas antes de a gente fazer críticas, precisamos reparar o que esta acontecendo na economia brasileira. Temos uma combinação de crescimento econômico com as nossas exportações, com as importações, sobretudo de bens de capital, o que significa que nossas empresas estão acreditando na sua reestruturação - afirmou o presidente, lembrando em saldos positivos em relação à conta corrente, geração de empregos e poupança interna.

Para o presidente, o Brasil está na sua melhor fase:

- Estou dizendo para vocês que não há volta para o Brasil. E finalmente encontrou o caminho de ter um crescimento sustentado para que num médio prazo nosso país deixe de ser eternamente em via de desenvolvimento e seja definitivamente um país desenvolvido. Digo isso porque depende única e exclusivamente de nos. Temos que reconhecer o que aconteceu nesse país no último período.

E emendou com um recado eleitoral visando ao pleito de 2006:

- Porque aí o governante está mais vulnerável a ceder. Por exemplo, quando apontaram o salário mínimo de R$ 384 e eu disse que ia vetar porque nem as prefeituras poderiam pagar nem a Previdência suportaria, sei que isso foi feito para me desgastar politicamente. Da mesma forma que tenho dito da política de juros. Durante a campanha fiz muito debate com empresários e as coisas que os empresários mais diziam era que o Banco Central tinha que ter autonomia. Agora as pessoas querem que eu determine a política de juros. Vocês (empresários) cobraram de mim durante dez anos que o câmbio fosse flutuante e agora querem que eu determine o valor da moeda. Essas coisas vão acontecer à medida em que o mercado, governo e sociedade perceberem que a seriedade veio pra ficar. Que não terá medida em função do ano eleitoral ou para ajudar o candidato a presidente, governador ou deputado. Que esse país não vai jogar fora a oportunidade ímpar que ele tem.

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