O presidente Luiz Inácio Lula da Silva inicia neste sábado (14) sua viagem de três dias aos Estados Unidos, centro irradiador da crise econômica, preocupado com a possibilidade de que seus efeitos transbordem para a política, atrapalhando os planos de eleger o sucessor. E voltou a dizer que é hora de tomar decisões políticas. "Essa crise tem que terminar neste ano", disse o presidente, em entrevista, no Palácio do Planalto, pouco antes de embarcar para Washington, ao comentar que, na conversa que terá com o presidente norte-americano, Barack Obama, vai discutir o restabelecimento do crédito internacional, que considera o principal problema hoje no mundo.
Lula não quis entrar em detalhes sobre a conversa que manterá com Obama, mas voltou a criticar o protecionismo dos países ricos e a pedir a conclusão da rodada de Doha - negociação internacional que discute a redução das barreiras ao comércio internacional. Após reiterar que "o Brasil é contra a volta do protecionismo", o presidente declarou que os países ricos, que passaram séculos defendendo o livre comércio, não podem recuar. "Não é possível que agora, no primeiro calo que começa a doer, eles achem que tem que voltar o protecionismo.
Ao falar da esperança da recuperação da economia norte-americana Lula voltou a dizer que a hora é de se tomar decisões políticas e não técnicas e reiterou seu otimismo com os líderes políticos que vão participar da reunião do G-20, no dia 2 de abril, em Londres. E avisou: "Não é hora de tagarelar, é hora de agir".
"Se a gente ficar esperando, como o Japão esperou na década de 90, demorou dez anos para o Japão sair da crise. Nós não podemos esperar dez anos. Essa crise tem de terminar neste ano. Portanto tem coisas que precisam ser feitas, urgentemente. Eu sei algumas coisas que precisam ser feitas", declarou o presidente, ao salientar que, além de dialogar com Obama, quer discutir caminhos para solucionar a crise também com representantes da China, do Japão, da França e da Inglaterra, entre outros países. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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