O presidente Luiz Inácio Lula da Silva acertou ontem que irá se reunir com o senador José Sarney (PMDB-AP), depois que retornar das sua viagens à Bolívia e Venezuela. O encontro deverá ocorrer no final de semana, no Palácio da Alvorada residência oficial de Lula.
O presidente viaja hoje para Arroyo Concepción, na Bolívia, e depois segue para a Base Naval de Ladário perto de Corumbá (MS) e, em seguida vai para Maracaibo, na Venezuela. Ele retorna ao Brasil amanhã à noite.
A reunião prevista para ontem foi adiada, mais uma vez, porque Sarney continua gripado e de repouso. Peemedebistas ligados ao senador informaram que ele pediu para que a conversa ocorra apenas quando ele estiver curado.
Interlocutores informaram ainda que Sarney conversou, por telefone, com o chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho, na tarde de ontem quando deixou em aberto a critério do presidente a escolha da data e horário para a conversa. Sarney é apontado por setores do PMDB como alternativa para obter consenso entre as principais legendas do Senado para assumir a presidência da Casa.
Ontem, o PT e o DEM se manifestaram sobre a possibilidade de Sarney ser candidato à presidência do Senado. Oficialmente, os petistas condenam a alternativa, enquanto os integrantes do DEM são favoráveis à ideia.
A reportagem apurou que a candidatura de Sarney é vista com bons olhos pelo Planalto. Interlocutores do presidente Lula já atuam para tentar abrandar as reações no PT e do próprio Tião. Já Sarney indicou que sai candidato à presidência do Senado se for o único nome e não tiver concorrentes.
PT
Em reação à movimentação do PMDB em favor da candidatura de Sarney, o presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, saiu ontem em defesa do senador Tião Viana (AC). Para Berzoini, a eleição do senador pelo PT é importante para garantir o equilíbrio de forças da base governista no Congresso.
Ao lembrar que na Câmara o PT já aderiu à candidatura de Michel Temer (PMDB-SP), cumprindo acordo feito entre os dois partidos em 2007, Berzoini cobrou "bom senso" dos peemedebistas.