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O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Carlos Ayres Brito, afirmou nesta segunda-feira (28) que é preciso aguardar a manifestação do ex-presidente Lula sobre a conversa com o ministro do STF Gilmar Mendes, na qual o petista teria pedido o adiamento do processo do mensalão.

"O diálogo foi protagonizado por três agentes, três pessoas. Dois desses agentes já falaram. Dois já explicitaram sua interpretação dos fatos. Falta o terceiro. Aguardemos a fala do terceiro. Ouçamos o terceiro", disse Britto, ao ser indagado sobre a conversa após proferir palestra no 5º Congresso da Indústria da Comunicação, em São Paulo.

Segundo reportagem da revista Veja, Mendes relatou que, em encontro em abril, Lula propôs blindar qualquer investigação sobre o ministro na CPI que investiga as relações de Carlinhos Cachoeira com políticos e empresários. Em troca, o ministro apoiaria o adiamento do julgamento do mensalão.

A assessoria de Lula negou o conteúdo da conversa e afirmou que ele nunca interferiu em processo judicial. Outros ministros do Supremo já se manifestaram sobre o assunto.

O ministro do STF Celso de Mello afirmou que, se estivesse no cargo, o ex-presidente Lula poderia sofrer um processo de impeachment.Já o ministro Marco Aurélio Mello afirmou à Folha que nunca deveria ter ocorrido o encontro entre os dois.

"Está tudo errado. É o tipo de acontecimento que não se coaduna com a liturgia do Supremo Tribunal Federal, nem de um ex-presidente da República ou de um ex-presidente do Tribunal, caso o Nelson Jobim tenha de fato participado disso", disse o ministro.

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