O presidente Luiz Inácio Lula da Silva prestou informações ao Supremo Tribunal Federal (STF) na interpelação judicial apresentada por Diogo Mainardi, colunista da revista "Veja". Na defesa do presidente, a Advocacia-geral da União diz que a ação é descabida e pede seu arquivamento. A AGU argumenta que Diogo Mainardi, em seu pedido, diz ser apenas participante da matéria jornalística, ao lado de outro colega, e não se disse ofendido por Lula. De acordo com a AGU, o sentimento de ofensa é "exigência legal expressa para a definição clara da sua legitimidade processual cuja falta recomenda o pronto indeferimento do pedido".
O AGU diz ainda que a manifestação atribuída ao presidente Lula, como reconheceria o próprio jornalista ao empregar a expressão "dubiedade das acusações", nada explicou com relação à autoria do texto, apenas se referiu ao conteúdo "delituoso da matéria contra o qual reagiu". No momento, a ação está nas mãos do ministro Gilmar Mendes.
O motivo da ação movida pelo colunista da "Veja" é uma entrevista concedida por Lula a jornalistas brasileiros em viagem oficial a Viena. De acordo com a ação, o presidente teria declarado: "Não sei se o jornalista que escreve uma matéria daquelas tem a dignidade de dizer que é jornalista. Poderia dizer que é bandido, mau caráter, malfeitor, mentiroso".
Diogo Mainardi e o jornalista Márcio Aith são os responsáveis pela matéria que provocou a reação de Lula. Mainardi quis saber a qual dos dois Lula se referia. O colunista afirmou ainda que a interpelação é uma medida cautelar preparatória para ação criminal. Diogo Mainardi considerou que o pronunciamento do presidente teve caráter ofensivo e potencialmente caracterizador de crime contra a honra em razão do caráter dúbio das afirmações.
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