A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, deve visitar o Paraná até o fim de novembro para analisar os atuais e novos investimentos do governo federal no estado. A viagem foi determinada ontem pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), durante audiência com o governador Roberto Requião (PMDB) no Palácio do Planalto. No encontro, o petista também pediu que o paranaense fosse um interlocutor da presidência nas negociações com o PMDB, cujo apoio no Senado e Congresso Nacional é prioridade para Lula.

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"Vamos acertar com a ministra Dilma uma pauta de projetos comuns e de investimentos no estado para iniciarmos juntos esta nova etapa do governo", afirmou Requião, em texto publicado na agência de notícias do governo estadual. As declarações do governador só apareceram nesse espaço, já que ele não falou com os jornalistas na saída da reunião, realizada pela manhã. Requião esteve acompanhado do deputado federal recém-eleito Rodrigo Rocha Loures (PMDB) e do filho Maurício, que é advogado e trabalha em Brasília.

Segundo Rocha Loures, a viagem de Dilma ao Paraná servirá para "limpar a agenda federal no estado". Entre as prioridades, estão assuntos relativos à Copel, infra-estrutura e projetos de desenvolvimento. A ministra só não teria participado da audiência porque está se recuperando de uma pneumonia.

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De acordo com a previsão do Ministério do Planejamento, o Paraná deve receber R$ 1.969.025.000 como verba de custeio e investimento regionalizado no ano que vem. A quantia já é superior à recebida no ano passado, quando a União repassou R$ 1.735.831.985 ao estado. Os novos projetos comuns devem ser anunciados pessoalmente por Lula, que prometeu visitar o Paraná até dezembro.

Rocha Loures contou que a reunião foi descontraída. Mas ao contrário do candidato despojado e em mangas de camisa durante quase toda campanha, Requião trajou um terno e uma gravata amarela. Já o presidente não dispensou as cigarrilhas e aproveitou para fazer algumas revelações e analisar o resultado das urnas.

"O Lula disse que, no último comício que fez em Curitiba (dia 21 de outubro), olhou para o povo na Boca Maldita e não se agüentou: teve de pedir voto para o Requião", afirmou Rocha Loures. A troca de apoio, segundo presidente e governador reeleitos, não havia sido programada. Um dia depois do discurso de Lula em Curitiba, Requião anunciou que também estava ao lado do petista.

O deputado federal disse que o presidente vê o governador como peça importante na aproximação com o PMDB, que fez as maiores bancadas no Senado e no Congresso. De acordo com ele, Lula pediu para que Requião fosse mais presente na política nacional. O petista também solicitou que o colega fosse mais vezes a Brasília.

Em contrapartida, o governador pediu que ambos fizessem um mandato melhor. "O Requião ouviu tudo o que o Lula tinha a dizer e pediu mais apoio, mais atenção para o Paraná, o que deve começar a ser atendido já com essa visita da ministra", disse Rocha Loures.

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O deputado eleito participou apenas da segunda parte da audiência. Antes, presidente e governador conversaram a sós durante quase uma hora. Embora eles tenham trocado apoios nas duas últimas eleições, a relação entre os dois passou por momentos de tensão, principalmente no ano passado. Em julho de 2005, Requião chegou a divulgar uma nota oficial criticando a política econômica do governo federal.